Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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O Cigarro do Depois

smoke

Não fumaste o cigarro do depois.
Não dissemos palavras encantadas,
Nem fitámos os olhos dos dois.
Não quiseste perceber tudo,
Nem  um compromisso,
Uma  declaração de amor.
Não fizeste planos arrojados.
Vestiste a roupa breve
E deixaste-nos despojados
De nós.
Nem uma palavra.
Só o silêncio da tua voz,
E o teu corpo, esguio e esbelto,
Saindo do quarto, apressado.
Não ia saciado.
Ia à procura do resto.
De quem te mereça as palavras.
De quem te acenda o cigarro…
Do desejo.

jpv


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Tempo

algemas

É o tempo que gastamos a libertar-nos que nos mantém presos.

jpv


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Retrato Impossível

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Não sei como te descreva
Que me faltam as palavras
E me foge o chão.
Eras todo um encanto,
Um sorriso elegante,
Um corpo de ilusão.
Trazias uma saia de desejo,
Um corpete de tentação
E um decote em linha de promessa.
E dois pendentes brilhantes,
De graça.
E tua mão, segurando a taça,
Enobrecia o vinho.
E eu, ali,
Sozinho.
De ti.

jpv


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Quatro Quadras Marinhas

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No fundo do teu olhar marinho
Há um coral de promessas.
Brilham cristais de inocência,
Deslizam emoções sem pressas.

Nesse oceano de tentações
Com que iluminas o passar dos dias,
Perco-me no tumultuo das rebentações,
Acho-me na contemplação das calmarias.

Teu olhar tem palavras
E tem jeitos de sedução.
É com ele que cravas
Âncoras em meu coração.

Há uma nuvem escura,
E há lágrimas nesse cristalino azul.
Em teu corpo me perco à procura
Da Estrela do Norte, dos Ventos do Sul.

jpv


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Verbo Trazer

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Trago um novelo no peito,
Uma esperança sem jeito,
Um desespero sem razão.
Trago um novelo no peito
À volta de meu coração.

Trago um suspiro fundo e cavo,
Uma emoção reprimida,
Um doce com travo amargo,
Uma limpidez fingida…
No rosto
E nas entranhas.

Trago zagaias na voz
E, no olhar,
O sangue das façanhas.
Trago os dias presos
Sob os dedos acesos
Da revolta.

Trago a liberdade na passada,
A vontade certa,
A marcha errada.

Trago um povo perdido
E entregue à sorte,
Trago notícias de violência
E de morte.

Trago, enfim, a paz.
A paz dos esmorecidos,
A paz dos corações vencidos.

Trago um novelo no peito,
Uma esperança sem jeito.

jpv


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Na Rua da Minha Vida

calcada

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Entram mulheres em corrupio.
É estreita a saída
Para tanto mulherio.

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Entra a dor, sem bater,
Sai devagar,
Entrou a correr.

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Rígido e isento,
Sai, célere, o tempo.
E ri-se ao sair.
Chora minh’alma
Ao vê-lo partir.

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Saem os desejos
De ter-te em meus braços.
E entram outros braços
Desejados de mim.
Saem, por fim…

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Saem os afetos e as ilusões.
Saem sempre,
Sem contemplações.

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Saem as forças e a energia,
Sai a luz
Que iluminou o dia.
E entra a noite escura.
Na rua da minha vida
Há prenúncios de tortura.

Na rua da minha vida
Há sete entradas
E uma saída.
Sai a própria vida
E deixa a porta aberta.
Minha vida é uma rua deserta.

jpv


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O Melhor do Mundo

Feliz Dia da Criança


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E…

dados

ALEA JACTA EST!


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Opinião: “A Paixão de Madalena”

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Amigos, eis a opinião da leitora Graça Fernandes que teve a generosidade e a gentileza de a partilhar connosco.

“Terminei com alguma dificuldade, porque não queria despedir-me desta história apaixonante que nos fala de liberdade, amor e sobretudo de laços inquebráveis.
Este livro é tão bom que apetece ler e reler várias vezes.
Não há como não nos apaixonarmos por estas personagens tão intensas e surpreendentes.
Nunca vi ninguém escrever tanto e tão bem 🙂
Os meus parabéns e que venha logo o próximo romance.”

 

Muito obrigado, Graça… a sua generosidade deixa-me sem palavras. Escrevo para contar histórias e com elas tocar as pessoas. Quando tenho o privilégio de saber que isso aconteceu, a alma comove-se. Estou-lhe muito grato por estas palavras!

Um beijinho, João Paulo Videira


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As Faces de Marisa sobre “De Negro Vestida”

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A Bloguer Marisa Luna, autora do blogue “AS FACES DE MARISA”, que já havia lido e produzido um texto crítico sobre o nosso segundo romance, “A Paixão de Madalena”, foi à procura do primeiro, “De Negro Vestida”, leu-o e surpreendeu-nos hoje com uma recensão que, além da generosidade no elogio, demonstra um profundo conhecimento da obra.

Deixamos aqui um pequeno excerto da sua crítica que pode ser lida na íntegra neste endereço: http://simplesmentemarisa.blogspot.pt/2016/05/de-negro-vestida-de-joao-paulo-videira.html

“Este é um livro que guardarei com o máximo carinho e que não me cansarei de aconselhar, não só às pessoas de quem gosto, como prova do meu afeto, mas também a todas aquelas que precisam de um estímulo para se olharem por dentro e descobrirem se o que vivem é o que realmente querem viver.”