Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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“De Negro Vestida” no Brasil

"De Negro Vestida" chega ao Brasil pela mão da Livraria Cultura

“De Negro Vestida” chega ao Brasil pela mão da Livraria Cultura

Caros Leitores e Amigos,

É com grande satisfação que venho informar-vos que o romance “De Negro Vestida” já pode ser adquirido no Brasil.

Ele está disponível online no site da Livraria Cultura. Pode aceder ao link direto aqui ou clicando na imagem.

Durante a redação do livro e após a sua publicação em Portugal e em Moçambique, muitos amigos e leitores brasileiros manifestaram o desejo de ver o livro à venda no Brasil. Pois então, amigos, já está!

Boas Leituras!

jpv


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Rapidinhas da Copa – Desceu o Pano

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Rapidinhas da Copa – Desceu o Pano

É atribuída a Gary Lineker, avançado inglês, a frase “No futebol são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha”. Esta frase enferma de imprecisão. O que Lineker disse, exatamente, foi o seguinte: “O futebol é um jogo para 22 homens, 11 de cada lado. Os jogadores chutam a bola de um lado para o outro. A bola tem de entrar numa baliza, defendida por um guarda-redes. O jogo demora 90 minutos e no final ganha sempre a Alemanha.”

E a sentença cumpriu-se. Ganhou uma das melhores equipas em campo na Copa 2014. As que eu gostei mais foram mesmo a Holanda e a Colômbia, contudo, a Alemanha, mostrou-se muito organizada, muitíssimo eficaz e defensivamente muito segura.

Este Campeonato do Mundo foi, na minha opinião, o mais espetacular de sempre. Teve de tudo um pouco. Trouxe a lata de espuma para a barba a marcar o traço contínuo da barreira, trouxe o olho de falcão a ajudar o árbitro nas decisões difíceis, trouxe paragens intermédias, uma espécie de intervalos mais pequeninos, para os jogadores se refrescarem, teve arbitragens com decisões muito duvidosas, teve agressões em campo, teve agressões em campo por jogadores da mesma equipa (!), teve golos salvadores, mesmo na última jogada, teve prolongamentos, teve penaltis concretizados e defendidos, teve golos do outro mundo como os de Van Persie à Espanha e o de James Rodrigues ao Uruguai, teve dentadas em campo, teve jogos com muitos golos, mais do que um 4-0, um 5-1, um 5-2 e um 7-1. Teve imensos golos. Teve saídas prematuras de candidatos ao título, teve o descalabro da canarinha que em dois jogos sofreu dez golos e marcou um. Teve árbitros que intercetaram jogadas e houve mesmo um que, inadvertidamente, fez um passe e desmarcou um jogador, teve lesões graves, houve sangue em campo, teve equipas sensação como a Costa Rica e a Colômbia e teve lágrimas dentro e fora das quatro linhas. Teve seleções, como a portuguesa, com grande nível estético no âmbito das barbas e dos cabelos e das tatuagens, mas com poucos argumentos além desses. Teve quem gozasse com Portugal, chamando-lhe de “piada”, mas depois teve de engolir a gozação da pior forma. Teve uma belíssima cerimónia de abertura e teve uma organização soberba e nisso, o Brasil está de parabéns.

Sim, houve mais coisas nos últimos trinta dias do que a Copa 2014, mas tudo isso interessou muito pouco. O folclore multinacional do torneio dominou as cores, a paisagem, os noticiários e as conversas. E agora, cada um de nós, volta ao seu quotidiano, às suas rotinas até que em 2018, na Rússia, volte a haver tudo isto de novo!

jpv


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Rapidinhas da Copa – 7-1

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Rapidinhas da Copa – 7-1

Não vou analisar o jogo nem fazer piadas. Analisar não me apetece e fazer piadas também não. De resto, uma e outra coisa estão feitas.

Vou só referir-me ao pior momento do jogo Brasil 1 – Alemanha 7. De todos os momentos possíveis, aquele que marca mais negativamente este jogo são as declarações de Felipe Scolari no final do jogo. Assobiou para o lado. Disse que tinham estado muito bem, menos naqueles dez minutos e disse que ia continuar tudo na mesma.

Não vai. É impossível que vá. Uma derrota desta dimensão, com uma humilhante incapacidade de reação, demonstra que taticamente o Brasil não estava preparado, que a organização falhou com estrondo. É preciso assumir isso e corrigir. É preciso evoluir. Não foi o Brasil que perdeu com a Alemanha. Foi todo o conceito de futebol sul americano que foi esmagado pelo conceito europeu. Haverá lugar aos craques e ao talento, mas terá de haver, também, organização, rigor tático, jogadas estudadas, mecanismos intuídos. Infelizmente para quem, como eu, gosta de ver a Canarinha ganhar, nada disso existiu, mas Scolari diz que está tudo bem.

Felipão, está tudo mal, cara! Deixa de ser teimoso, sai com dignidade, assume que errou e dá o lugar para outro!

jpv


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Reencontro

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Vieste como sempre, tranquilo. Chegaste como sempre, tranquilo.

A mala carregada de aventuras, de histórias ousadas, dos riscos que correste, das emoções, do que mais ninguém fez a não ser tu. Disseram-te que morrerias no deserto e foste. E voltaste de noite com a lua a rebrilhar no chão de sal. E subiste à favela assustadora como quem caminha por entre irmãos. E foi isso que aconteceu! E eu ouvia-te, ali mesmo ao pé de mim, e ainda sentia medo por ti! E a estrada com tiroteio dos dois lados e o veleiro que te deu boleia, a fala com os brasileiros, o vocabulário que adotaste para te entenderem e teimas em repetir pelo hábito. Os professores, os colegas , as notas. O Uruguai, a Argentina, a Bolívia, Porto Alegre e a cidade que te encantou como não esperavas, mais do que a Lisboa do teu coração: Rio de Janeiro. A melhor cidade do mundo disseste. As aulas teóricas e as práticas, a camiseta do Neymar, o futebol em Copacabana, à beira mar vivido.

Trazes um mundo inteiro nas palavras, no sorriso, nas ironias, no profundo entusiasmo com que superaste tudo. Até um assalto de pistola em punho. E eu temendo, ainda, por ti. Eu, que escrevera há dias que amar é libertar. E é. Mas ninguém disse que é fácil. Não poderia prender-te. Não se aprisiona um ser humano. Sempre que aprisionamos um ser humano, há algo nele que morre e não viverá de novo. Quero-te assim, a destilar entusiasmo e vida vivida em toda a sua plenitude. Trabalho, prazer, alegrias, tristezas, segurança e riscos. Quero-te livre, mesmo que isso me sofra. Doer, não é o termo.

E quero que conquistes o mundo e o vivas e o faças teu. E quero que regresses. Ver-te partir dói, sim. Mas é porque dói, que ver-te chegar é mais do que um reencontro, é um renascer do meu coração pequenino para a Vida e para a Fé!

Chegaste. E o mundo voltou a fazer sentido. Tudo está de novo no seu sítio. Até que partas outra vez e leves o nosso amor e o nosso orgulho contigo.

Se morresse agora, morria feliz. Junto a ti, depois de me reencontrar contigo, depois de ouvir-te as aventuras, depois de perceber que, sem ti, não há mundo, não há vida que valha a pena viver. Se morresse agora, não morria ninguém a não ser o pai do meu menino. E esse, ia feliz. E esperaria por ti até que nos reencontrássemos de novo. Não tem fronteiras, este amor que nos une. Nem mesmo essa.

Bem vindo, filho!

Pai

 


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Rapidinhas da Copa – Adeus!

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Rapidinhas da Copa – Adeus!

E Pronto, tal como prevíramos há uns dias, num assomo de realismo, a Seleção Portuguesa disse adeus à Copa 2014.

Esteve perto! Ganhou por 2-1 um jogo  que teria de ganhar por 5-1. Faltou pouco. O curioso é que Portugal vem embora com os mesmos pontos dos Estados Unidos, que ficam.

Esta seleção jogou muito pouco. Está cansada e desgastada e só hoje fez um jogo razoável. São assim, os portugueses, funcionam melhor sob pressão, têm essa trágica necessidade de deitar tudo a perder para depois se resgatarem heroicamente. Por vezes não é possível. Desta vez não foi. Nem nunca seria. Afinal de contas, o capitão da equipa disse esta semana que nunca acreditou ganhar o mundial e o treinador afirmou, hoje, depois do jogo com o Gana, que tivemos o que merecemos. E tem razão. Tivemos. Mas era obrigação dele trabalhar para que fôssemos mais longe, para que, ao menos, tivéssemos lutado e corrido para ir mais longe. Fazer um bom jogo em três é muito pouco para uma equipa de profissionais habituados à alta competição.

E pronto, agora voltamos a ser do Brasil que é Portugal de amarelo!

jpv


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Rapidinhas da Copa – Sensibilidade Extrema

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Rapidinhas da Copa – Sensibilidade Extrema

À medida que o Campeonato do Mundo de Futebol avança e nós, benfiquistas, cada vez mais temos saudades de ver jogar o nosso glorioso, vão acontecendo alguns episódios menos comuns, ainda assim, nada dramáticos, ao contrário do que as televisões pretendem mostrar.

O primeiro foi dois jogadores da seleção dos Camarões virarem-se à cabeçada um ao outro. Opção inteligente, digo eu. O Pepe virou-se à cabeçada a um adversário e foi expulso e estes permaneceram os dois em campo porque ficou tudo em família.

E o segundo foi a super hiper mega mediática dentada de Luís Suárez no ombro de Chiellini. Cá para mim o Suárez é vampiro e aquilo era para ser no pescoço, mas faltou-lhe alcance, mais nada. Por outro lado, não percebo toda a polémica em volta do assunto. Primeiro, porque já é, pelo menos, a terceira vez que Suárez afinfa uma dentada num adversário e em segundo porque quem está habituado a ver pernas partidas, cabeças sangrando, murros e pontapés de todo o género, não tem como estranhar uma dentadazinha. Aqui fica algo que ainda  ninguém referiu: toda a gente fala em castigar o Suárez, mas a verdade é que o Chiellini deve ser casca grossa, osso duro de roer, a avaliar pelo coitado do Suárez que ficou ali a sofrer agarrado à dentadura como se tivesse sido mordido nos dentes pelo ombro do outro. Mas ninguém fala em castigar o Chiellini por sertão bruto quando é mordido! Acho até bom Portugal não passar à fase seguinte. Imaginem que numa das próximas eliminatórias nos calhava o Uruguai… estão a ver o Suárez a tentar morder o Pepe? Sai de baixo!

Os jornalistas andam com uma sensibilidade extrema. Vai-se a ver e aquilo até foi amoroso. Não há quem goste de dentadinhas de amor? Aí têm! Vai na volta e aqueles dois têm um affaire!


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Rapidinhas da Copa – As Esquisitices do Portugal vs EUA

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O jogo de hoje, entre Portugal e os Estados Unidos esteve repleto de coisas esquisitas.

1 – Ainda antes do jogo começar, tocava o hino dos Estados Unidos, e o seu treinador, Jurgen Klinsman, que é mais alemão que as coisas alemãs, cantou aquele hino a plenos pulmões. É engraçado porque os treinadores de seleções que não são do seu país costumam ficar em silêncio. Já o Klinsman interiorizou o seu papel de tal forma que sabia a letra melhor do que alguns jogadores americanos.

2 – Portugal marcou cedo. Já é esquisito ter marcado. O facto de ter sido cedo deu aquela sensação de desconfiança, Isto começa demasiado bem para acabar bem!

3 – Portugal deve ser a única seleção que até ao momento sofreu um golo de… barriga!

4 – O jogo parecia um daqueles jogos das modalidades esquisitas, tipo o basquete e assim em que se pode pedir desconto de tempo. A humidade era tal que, ao mais pequeno pretexto, os jogadores de ambas as seleções juntavam-se na linha lateral para beber aguinha.

5 – Ao fim de 185 minutos a jogar, Portugal marca, finalmente, um bom golo. Mas é um golo esquisito. É que a nossa seleção está eliminada, não há qualquer hipótese verosímil de passar à próxima fase, o mais certo é, mesmo, ficar em último no grupo, mas este golo cria a cruel esperança de passar caso vença o Gana por vinte e sete a zero e a Alemanha ganhe aos EUA por trinta e dois a um.

6 – Outra coisa esquisita é que a Seleção Portuguesa levou vinte e três jogadores, mas só já tem dezoito disponíveis. Quatro por lesão e um por castigo. Se isto continua assim, o Ti Manel da lavandaria ainda vai jogar a defesa esquerdo!

7 – Por fim, a mais esquisita das esquisitices. O nosso querido CR7 parece ter desapontado a pontaria. Não conseguiu mandar uma bola na direção da baliza e fez mesmo a figura inédita de atirar algumas demasiado vesgas para ser verdade. Talvez aqueles boatos todos de que ele estava lesionado, mas ia jogar ‘só’ a cem por cento, fossem mais do que boatos.

A frase que se vai dizer com mais frequência nos próximos dias é “Enquanto há vida, há esperança!”, mas é importante sermos honestos e desenganarmo-nos. Portugal é a equipa que pior joga neste grupo e uma das piores deste torneio. Merece vir para casa. É uma equipa fisicamente gasta, sem energia, sem disciplina tática, sem capacidade de pressão e com muito pouco rasgo individual. Estamos numa fase de renovação. Pois então renove-se!

jpv


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Rapidinhas da Copa – Roda Bota Fora

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Rapidinhas da Copa – Roda Bota Fora

Quando eu era miúdo, organizávamos uns torneios de rua ou no recreio da escola a que chamávamos “roda bota fora”. Basicamente, quatro calhaus a marcar duas balizas que não tinham de ser do mesmo tamanho, se um dos guarda-redes fosse mais pequeno, a baliza dele seria menor, duas equipas a jogar, outras à espera, a que perdesse saía e a que ganhasse continuava em jogo. Aquilo era coisa rápida, muda aos dois, acaba aos quatro, para os outros não terem de esperar muito. Normalmente, quem jogava melhor continuava, quem jogava pior, perdia e saía.

Na Copa 2014 não tem sido assim. Há seleções que se despedem jogando muito e bom futebol, mas a crueldade do jogo dita a tradicional injustiça. Se é verdade que a Holanda e o Chile passeiam um futebol de grande qualidade e com ele parecem garantir lugar na próxima fase, já a Austrália e a Inglaterra, jogando igualmente bem, têm sido traídas pela ingenuidade defensiva e pela falta de sorte. Entre os que se despedem e não deixam saudades, temos a desorganização total dos Camarões e a impotência dos espanhóis.

Depois há os assim-assim. Ainda não vejo na Alemanha um sério candidato e o Brasil, estando melhor, ainda tem alguma falta de objetividade. Os argentinos têm de fazer mais do que jogar com Messi e entre mexicanos e croatas, uma seleção de grande valor ficará para trás. Portugal, correndo tudo normalmente, vai para casa no domingo.

Já começou a dança do roda bota fora com desvantagem para as equipas africanas e asiáticas, algum domínio europeu e sul-americano. Nos próximos dias veremos com que desfecho. E uma esperançazinha nas barbas do Meireles!

jpv


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Rapidinhas da Copa – Olé!

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Rapidinhas da Copa – Olé!

A Seleção de Espanha levou uma saraivada de olés contra a Holanda e hoje levou mais umas quantas sombreiradas do Chile e vai daí, ao cabo de dois jogos, pode fazer as malinhas e rumar a casa que mais valia não ter vindo fazer a despesa da viagem e mais a alimentação e algum dinheiro de bolso que sempre se compram uns recuerdos, assim, umas pulseiras de pano a dizer “Eu Amo o Brasil” mas com sotaque que fica muito mais giro.

Ora, eu, que sou rapaz atento, reparei num pormenor interessante e venho aqui deixar um aviso e um conselho aos Governos de Espanha e Portugal. O aviso é que não podem estar desatentos. Nós estamos em crise! Há que poupar! Reparem, hoje o defesa Fábio Coentrão veio embora, a Espanha já sabe que vem embora daqui por uns dias e Portugal vai ficar a saber no domingo à noite, madrugada de segunda. Conselho: assim sendo, em vez de andarem a fretar aviões separados que sai muito mais caro, não seria financeiramente inteligente virem todos no mesmo avião? E vinham para Madrid, claro. Os espanhóis moram lá ou lá perto, vários portugueses moram lá e quanto aos outros, iam as famílias buscá-los de carro que sai mais em conta!

jpv


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Rapidinhas da Copa – Portugal de Amarelo

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Rapidinhas da Copa – Portugal de Amarelo

Embora lá, malta, ver a bola! É que hoje joga Portugal de amarelo!

Não? Claro que sim! Senão vejamos:

1) Muitos dos jogadores do Brasil conhecem melhor o futebol português do que os portugueses. É que jogaram ou jogam em equipas portuguesas. Já os da nossa seleção são emigrantes na sua maioria. Aliás, há mesmo jogadores brasileiros na Seleção Portuguesa.

2) Os brasileiros falam português. Tem sotaque, mas é português!

3) Quando Portugal não ia aos mundiais, já nós, portugueses, torcíamos pelo Brasil. Ou seja, bem vistas as coisas, temos mais experiência em apoiar o Escrete do que a nossa Seleção.

4) E, por fim, a razão insuperável. Apoiar o Brasil é apoiar uma seleção que fala português sem correr o risco de apanhar quatro a zero!

jpv