Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Iago 31!

No dia 11 de setembro de 1990, há exatamente 31 anos, nasceu o Iago, meu filho, minha alma, meu sopro.
O Iago não veio a este mundo para ser mais um de nós.
Veio para ser um exemplo de coragem, um farol de integridade, um misto de rebeldia e resiliência.
A sorte é minha, foi sempre minha, de o ter no meu caminho, de ter o privilégio de o ver crescer, de o ver superar, de o ver alcançar, um a um, os objetivos a que se propôs.
O Iago foi sempre uma bênção na minha vida. O filho que qualquer pai quer ter e digo mesmo mais, conseguiu superar todas as minhas falhas como pai e selecionar com rigor e escrúpulo os ensinamentos efetivamente válidos. É um filho que aprende e ensina, que ouve a orientação e orienta.
É um orgulho.

E agora é pai e sei, com toda a certeza, que vai ser, já é, um grande pai.

O Iago merece ser rodeado de todo o Amor que conseguirmos encontrar em nós e merece um dia, uma semana, um mês, um ano, uma vida inteira e uma eternidade de felicidade plena. O Iago merece que estejamos indefetivelmente ao seu lado para que possamos fortalecê-lo ainda mais. Os fortes não o mostram, mas também eles precisam de força exógena, de carinho, uma mão no cabelo, uma festa na face, um beijo, um abraço forte e demorado.

MUITOS PARABÉNS MEU QUERIDO FILHO!
AMO-TE TANTO QUANTO É POSSÍVEL AMAR-SE UMA PESSOA!

Aí ficam 31 fotos para celebrar 31 anos!

Obrigado, Iago!

Pai.


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Parabéns, Mãezinha!

Olá mãezinha.

Tu partiste de repente. Sem aviso. De consciência tranquila e sem remorsos. Enfrentavas as tuas dificuldades com um sorriso nos lábios e eras, no passado dia 23 de fevereiro, uma mulher autónoma, livre, absolutamente resolvida. Quer em termos da tua espiritualidade, quer em termos dos teus objetivos. Amavas e eras amada. Tinhas um círculo vasto de amigos. E era visível, na tua face e nas tuas palavras, a alegria pela antecipação de conheceres o teu bisneto. O James. O bisneto que não conheceste por meros 47 dias.

Hoje, farias 74 anos. Já tinhas casado, parido e criado dois filhos, sobrevivido a uma guerra, derrotado um cancro e estavas numa fase luminosa da tua vida. A beleza do teu sorriso espelhava isso mesmo. Uma curva, um acidente estúpido, um momento de infelicidade, levaram-te quando mais parecias querer viver.

Tu não deixaste só um vazio. Deixaste uma lição de vida. Um lastro de amor e resiliência.

Os teus gestos vivem em mim. As tuas palavras habitam em mim. A tua força guia-me. A tua presença é constante.

A vida não é a mesma coisa sem a tua presença. Mas continuamos honrando a tua herança de busca da felicidade, a tua determinação, o teu sorriso, a forma despachada e resoluta de enfrentares as dificuldades e de fazeres o que tinha de ser feito.

O teu bisneto tem os olhos azuis e é dinâmico. Ias amá-lo profundamente. O teu neto é um pai carinhoso e dedicado e tem uma esposa carinhosa e dedicada.

A mana está bem ou, pelo menos, está muito melhor do que seria de esperar. Levou tempo a cura das feridas do corpo. Levará mais ainda a cura das feridas da alma. Mas ela é forte e tem também, agora, a obrigação de sobreviver-te. De honrar-te.

Eu… tu sabes tudo sobre mim… tenho-te contado diariamente… amiudadamente…

Parabéns, mãezinha! Dou-te os parabéns. Darei sempre. Eu sei que tu gostas de fazer anos. Sempre gostaste. E, por mais perfumes que te ofereça, nunca serão de mais… era sempre uma escolha certa… afinal de contas, tu gostas de tomar um banho e arranjar-te e perfumar-te antes de… ires para a cama!

Do teu filho,
João Paulo.


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ANIVERSÁRIO

Este ano, mais precisamente a 31 de agosto, fiz um daqueles aniversários que ninguém nota, mas que, bem vistas as coisas, é dos que mais conta.

Completaram-se trinta anos desde que assinei o meu primeiro contrato como docente. Trinta anos de docência. Trinta anos de ser professor. Trinta anos de setôr. Trinta anos de dedicação, entrega, investigação, empenho, superação de muitas dificuldades. Trinta anos de desilusões. Trinta anos de milagres, de conquistas, de muito reconhecimento. Trinta anos de juventude. Trinta anos de dar incondicionalmente e receber surpreendentemente. Trinta anos de olhares, de dedos no ar, de dúvidas tiradas e por tirar. Trinta anos do melhor do mundo e também dos seus encarregados de educação preocupados e exigentes como se tivessem o bem mais precioso na mão. E tinham. Trinta anos de testes, de noites mal dormidas, de reuniões, de pautas e atas. Trinta anos de medos e inseguranças e algumas certezas, poucas, e muita determinação. Trinta anos a dizer Sim e trinta anos a dizer Não. Trinta anos de Estatuto da Carreira Docente. Por curiosidade, assinalo que nasci para esta profissão no ano em que nasceu o seu mais importante instrumento legal. Somos irmãos. Talvez por isso tenha feito questão, sempre, de o conhecer bem.

Só assinei dois contratos. Em 1990 e em 1992. Só trabalhei em cinco escolas. Francisco Rodrigues Lobo, Leiria, um ano; Jácome Ratton, Tomar, um ano; EB 2,3 Luís de Camões, Constância, dois anos; Secundária de Alcanena, Alcanena, dezoito anos; Escola Portuguesa de Moçambique, Maputo, oito anos. Tive centenas de turmas, milhares de alunos, orientei muitos estágios e dei formação a milhares de professores. Fui dirigente sindical durante sete anos sem nunca ter deixado de dar aulas. Fui Diretor de Serviços da Formação do Pessoal Docente no Ministério da Educação entre 2010 e 2012, os dois únicos anos da minha carreira profissional em que não dei aulas. Fiz um mestrado, um curso de especialização, duas pós-graduações, centenas de ações de formação, seminários, congressos, sessões de esclarecimento e eventos, preparei e dei milhares e milhares de aulas e tenho o humilde sentimento do dever cumprido de forma honesta, dedicada, briosa e o mais competente que soube e pude. Nunca deixei de honrar os termos do meu contrato. Estou agradecido. Estarei sempre. Foi o Ministério que me permitiu ser e fazer aquilo que mais gosto, que mais amo.

Por parte do Ministério da Educação não estava à espera de nenhuma medalha, nenhum relógio de ouro, nem um diploma. Não fiz o que fiz à espera de nada mais do que aquilo que estava acordado: eu dava o meu melhor e, em troca, recebia o meu salário. E foi o que fiz. Fui um profissional do Ensino. Acontece que, nesta profissão, não basta ser-se profissional. Não basta, sequer, ser-se um bom profissional. É preciso estar-se atento a cada detalhe, ser-se de uma dedicação extrema, trabalhar muito mais para além das horas pagas, fazer muito mais do que exige o perfil funcional, sofrer, com estoicismo, alguma incompreensão e desconhecimento alheios, mas tudo, rigorosamente tudo, deixa de ter qualquer importância quando um aluno progride e obtém sucesso, quando descobre, quando vê para além do que cria ser possível. Ainda assim, um cartãozinho, por singelo que fosse, um mail, mesmo anónimo e impessoal, com uma frase inócua a espelhar um lugar-comum repassado como aquelas imagens com máximas que circulam pelas redes sociais. Ao menos isso ter-me-ia feito sentir que contava para alguma coisa, que fazia parte de um qualquer desígnio nacional. Afinal, não faço. Andamos para aqui todos a dar o nosso melhor, descomandados, cada um por si… quanto não se ganharia se as coisas fossem diferentes.

Faria algumas coisas diferentes, mas não carrego arrependimentos às costas. Tive dias bons e dias maus. Alunos dedicados e alunos cábulas. Tive os que se esforçaram ao máximo para conseguirem e tive os que conseguiram quase sem esforço. Tive os tímidos e os reservados, os tagarelas, os irrequietos, os que estavam sempre com o braço no ar e os que baixavam os olhos só de suspeitarem que podia perguntar-lhes algo. Tive os que pasmavam com a descoberta e o Conhecimento e tive os que não queriam saber do Conhecimento para nada. Tive colegas cooperantes e colegas indiferentes. Tive os que olhavam para mim e viam uma oportunidade de trabalho e também tive aqueles que não viram em mim nada mais do que um motivo de mexerico. Penso que é normal. Penso que a Escola é erradamente vista como um ambiente à parte, in vitro, onde se preparam os alunos para a vida quando ela é, de facto, a vida a acontecer em todo o seu esplendor, todas as suas virtudes e as vicissitudes também.

Ser professor é fazer parte de um processo de crescimento, é operar um milagre e poder fazê-lo conduzindo o milagre para o porto seguro que queremos e sabemos que existe e sabemos, até, como chegar até lá. Ser professor é um privilégio. É pertencer à profissão das profissões, uma das mais mal tratadas e, simultânea e ironicamente, uma das mais estruturantes e fundamentais. Nestes trinta anos, vi muita coisa boa acontecer à carreira docente, mas vi, também, muita degradação das condições de exercício e muita degradação da imagem da profissão.

E chego aqui vivendo um paradoxo esquisito. Não sonho com mais trinta anos de carreira, mas também não anseio pela aposentação. Ao cabo de trinta anos, sei pouco e o pouco que sei resume-se a isto: os alunos são o que realmente interessa e vale a pena em todo este processo. Tenho de agradecer-lhes por me terem ensinado tanto nestes trinta anos e por terem dado sentido à minha vida e à minha existência e não me refiro somente à profissional. Muito do que somos passa pelo que fazemos profissionalmente e, se posso considerar-me, hoje, um homem feliz, isso deve-se, em grandíssima parte, ao facto de ter optado consciente e apaixonadamente por esta profissão. A única que conheço. A única que quis sempre conhecer.

joão paulo videira


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11 anos de “Mails para a minha Irmã!

O blogue “Mails para a minha Irmã” completa hoje 11 anos!
Onze anos de textos, de partilhas, de desabafos, de literatura, de parvoíces, de imagens, de música, de emoções, muitas emoções, onze anos de trabalho, dedicação e entrega. Onze anos de vós, aí, desse lado a alimentar tudo isto!

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

Ficam alguns números desta nossa partilha, mas, como em tanta coisa na nossa vida, os números dizem tão pouco. mudaríamos pouco neste percurso. Tem sido o percurso possível porque a escrita e a leitura são assim mesmo. Requerem tempo e atenção e paciência e não se vergam a consumismos imediatistas. Ou talvez verguem. Nós é que preferimos dar tempo ao tempo.

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

>> 11 anos.

>> 2344 publicações.


>> 344007 visualizações.

>> 4821 comentários.

>> Texto mais lido de sempre:
“Não há professores? Onde está a surpresa?” – 2439 leituras.
(
https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2019/02/11/nao-ha-professores-onde-esta-a-surpresa/)

>>1º texto do blogue: “O meu ET” – 12 de maio de 2009.(https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2009/05/page/1/)

>> Dia com mais visitas: 13 de fevereiro de 2019 – 2482 visitas.

>> 198 seguidores.

>> MPMI tem leitores em 32 países.

>> Países que mais frequentam MPMI: Portugal, Moçambique, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Angola, Canadá, França, Alemanha e África do Sul.

Até já!
jpv


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Concurso “10º Aniversário MPMI – Envia-nos uma foto!”

Caros Leitores,

Já no próximo dia 12 de maio, o blogue “Mails para a minha Irmã” faz 10 anos!
Um número bem redondinho que vale a pena celebrar.
Vamos celebrar com alegria e com prendas para os nossos leitores.

Um primeiro concurso é muito simples:

  1. Os Leitores ficam convidados a enviar-nos uma foto com um dos livros da autoria de João Paulo Videira numa situação original de leitura.
  2. O Livro tem de ser identificável pela capa ou pelo interior.
    A foto não pode ter filtros nem tratamento.
  3. Ao enviar a foto, o candidato tem de identificar-se, fornecendo nome, número de telemóvel e morada.
  4. As melhores fotos serão selecionadas por um júri composto por três elementos que anunciaremos brevemente.
  5. Serão atribuídos 3 prémios.
  6. Da decisão do júri não cabe qualquer recurso.
  7. As fotos podem ser enviadas até ao dia 31 de março de 2019.
  8. Os resultados serão divulgados rapidamente e, no limite, até 12 de maio, dia do aniversário de MPMI.
  9. Ao concorrer, os autores das fotos autorizam a sua divulgação nas redes sociais por João Paulo Videira

Os prémios serão… LIVROS e outros brindes…

As fotos podem ser enviadas por qualquer um dos meios indicados abaixo juntamente com a indicação “Envio de foto candidata ao concurso “10º Aniversário MPMI – Envia-nos uma foto!”

As fotos podem ser enviadas por:

  1. Mail, para o endereço mailsparaaminhairma@gmail.com
  2. Messenger, para a conta de messenger associada ao perfil de FB de João Paulo Videira.
  3. Whatsapp, para a conta de whatsapp de João Paulo Videira.

Boas Leituras e Boas Fotos!
jpv


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Parabéns Atrasados e Gratidão em Dia.

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“Mails para a minha Irmã” fez anos na passada sexta feira. Oito!

Oito anos de fé e esperança nas palavras escritas com devoção, oito anos de rasuras e emendas, oito anos de riscos e aventuras.

Sempre, e só, por mim e por vós, aí, desse lado.

Tantos poemas depois, tantos contos e crónicas e até alguns romances depois, ainda o mesmo gosto pelas palavras e a certeza única de que, se não for por mais nada, será sempre por vós!

Obrigado!

jpv

 


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7º Aniversário

seven

“Mails para a minha Irmã” faz hoje sete anos. Sete anos sem outras pretensões nem desejos que não fossem dar a conhecer o que vamos escrevendo àqueles que, por uma razão ou por outra, vão lendo o que aqui se publica.

Sete anos de cumplicidade e compromisso tácito para com os meus leitores.

Sete anos e já três romances, dezenas de contos, centenas de poesias, centenas de crónicas e inúmeras parvoíces.

Sete anos que são meus, mas que são, sobretudo, vossos. Nenhum texto existe sem um leitor e cada leitor é um autor, também.

Grato a todos, imensamente grato, pela vossa atenção, pelo vosso carinho, pelas vossas leituras que são o meu sopro de vida.

Dessa vida que continua…

Até já!

jpv


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Aniversários

ap-e-jp

11 de setembro de 2015.

Tu estás, aqui, a meu lado, como acontece, já, desde o começo do Mundo. E o nosso menino, aniversariante como nós, está noutro continente. E nenhum de nós está em casa. Mas isso importa pouco. Importa que, faz hoje 27 anos, começámos juntos uma caminhada. E cá estamos, caminhando. Superando barreiras, calcorreando o Destino como se o nosso destino fosse um só. Queria fugir ao lugar comum dos momentos bons e maus e queria dizer-te o quanto significa para mim estares aqui: uma vida. Não sei, já, como era a vida antes de ti. E não consigo conceber no horizonte uma paisagem onde não estejas. Tens o amor em ti, aquele puro amor de que falava o poeta. E a generosidade. E a resiliência.

E o nosso menino faz anos hoje, também. 25! Ninguém tem vinte e cinco anos. Nem mesmo ele. Homem alto e grande e independente como no tempo em que se morria pela independência.

São dois aniversários num dia. A nossa vida toda num dia. Que se repita. Sempre!

jpv


11 comentários

Parabéns a Você!

6

 

“Mails para a minha Irmã” faz hoje o seu 6º aniversário.

Caros Amigos e Leitores,

Foi um dia demasiado atribulado para poder concentrar-me neste aniversário, mas a verdade é que 6 anos do vosso carinho, da vossa atenção e da vossa dedicação merecem ser celebrados. E também merecem ser celebrados 6 anos de escrita e publicações.

Pensei em algumas possibilidades diferentes para assinalar a data e acabei por decidir-me por publicar dois poemas inéditos de duas jovens poetizas. Eles aí ficam, com todo o esplendor da juventude. Todas as virtudes e todas as falhas da jactância da adolescência. E vão identificados com autorização das autoras.

Boas leituras, caros amigos e leitores e… voltem sempre! Pelo menos, durante mais um ano.

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Ser Poeta
Gostava de ser poeta,
Mas poeta não sou,
Pois nem jeito tenho
Para a pessoa que sou.

Gostava de ser poeta,
Mas poeta não sou,
Pois para o ser
É preciso ter um dom.

Inês quinta – 15 anos.

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No meio de uma frase
No meio de uma frase,
No meio de um dia.

Quando ninguém esperava,
Quando ninguém queria saber…

Tudo aconteceu,
Nada ficou.

Em um abrir e fechar de olhos,
Aconteceu.

O último minuto
De tantos que levaram a isto.

O último minuto
Em que todas as rosas foram vermelhas.

O último minuto
Em que acredito
Que todos os finais podem ser felizes…

Sulaima Golam – 14 anos.

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Variáveis Constantes

A constante destas variáveis é que fazemos anos juntos há 28 anos. O resto, temos reinventado.

Esta aventura africana tem sido uma reinvenção constante dentro da reinvenção genérica que ela constitui. E foi assim que vieste a ter frangipanis à janela como no livro do escritor e estrelícias  e hibiscos… flores de plantar, portanto. Como tu gostas. E foi assim que o teu bolo de anos foi um Bolo Rei num dia de 25ºC, muito sol, trovoada pelas 18h, Primavera em novembro e tu a dizeres, ‘Este ano vai um verão seco…’ e houve champanhe. Sul-africano, com o rótulo em português!

Os portugueses a levar Bolo Rei prenhe de histórias por esse mundo…

Tchim, tchim!
Parabéns!

jpv

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