
Não é um amor proibido.
Não é um sentimento fingido, também.
É um desencontro
Que nasceu, quem sabe,
No útero de minha mãe.
Não é o que nunca foi,
E não é, também,
O que nunca será.
É um sentir,
Aqui e já,
O desejo
E a impossibilidade.
É uma coisa nova
Mais antiga que a idade.
Não é um pecado,
E não é lícito também.
É uma transgressão imaculada
Que nasceu, quem sabe,
No útero de tua mãe.
Não é um romance anónimo,
E não é, tão pouco,
Um romance nomeado.
Tu não pronuncias meu nome,
E teu nome, em meus lábios,
Isso, sim, seria pecado.
E vivemos neste entre-ser
Que a vida nos trouxe,
Sem saber como teria sido,
Mas vivendo como se fosse.
jpv
04/09/2018 às 00:21
Aqui está a magia das palavras. A riqueza das entrelinhas onde navega a imaginação.
Os desencontros, a falta de GPS na cegonha ou apenas os ses que não acontecem dão poemas maravilhosos na ponta da caneta daqueles que se dão ao trabalho de olhar em redor e dar palavras às emoções e dar sentimentos às palavras. É magia!
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