“Aqueles que só sabem contar a verdade não merecem ser escutados.”
Avô de Jonas Jonasson
Citado pelo neto na
Dedicatória feita em
“O Centenário que Fugiu Pela Janela e Desapareceu”
“Aqueles que só sabem contar a verdade não merecem ser escutados.”
Avô de Jonas Jonasson
Citado pelo neto na
Dedicatória feita em
“O Centenário que Fugiu Pela Janela e Desapareceu”
A constante destas variáveis é que fazemos anos juntos há 28 anos. O resto, temos reinventado.
Esta aventura africana tem sido uma reinvenção constante dentro da reinvenção genérica que ela constitui. E foi assim que vieste a ter frangipanis à janela como no livro do escritor e estrelícias e hibiscos… flores de plantar, portanto. Como tu gostas. E foi assim que o teu bolo de anos foi um Bolo Rei num dia de 25ºC, muito sol, trovoada pelas 18h, Primavera em novembro e tu a dizeres, ‘Este ano vai um verão seco…’ e houve champanhe. Sul-africano, com o rótulo em português!
Os portugueses a levar Bolo Rei prenhe de histórias por esse mundo…
Tchim, tchim!
Parabéns!
jpv
Concordamos com a homenagem e saudamos o bom gosto do produto final…
“Não me posso esquecer dos óculos, senão não oiço os meus alunos!”
APC
Crónicas de Maledicência – O Skype e Eu
Há uns tempos escrevi uma crónica de maledicência intitulada “O Facebook e Eu”. Hoje é a vez do Skype.
Ainda sou do tempo em que o Skype só existia na ficção científica. Por essa altura, a existência de um telefone através do qual fosse possível ver quem estava do outro lado da linha era uma deliciosa, mas remota possibilidade.
Hoje é real e une e aproxima famílias e amigos por todo o mundo. Atenua ausências, ilude presenças. As pessoas percorrem as casas com o portátil na mão para mostrar como vivem, passam os dedos pelo ecrã simulando que tocam quem está do lado de lá, mostram os animais domésticos, o que estão a comer, o que trazem vestido, e olham-se como se estivessem a ver-se… mas não estão!
Eu não gosto do Skype. Uso-o mais para não desiludir os meus familiares do que por gostar da experiência. Eu sinto as mesmas profundas saudades que os outros, as mesmas dores de separação, as mesmas dúvidas… mas o Skype não me atenua nada disso, pelo contrário. E é por isso que não gosto dele.
O Skype não me atenua a distância, torna-ma mais vívida. O Skype não me cria a sensação de que estive com as pessoas, aviva-me a distância que me separa delas. O Skype não me cria a ilusão de que estive com os familiares, consciencializa-me o quão longe estou deles. O Skype torna-me mais pesado cada dia que falta até ao próximo reencontro. O Skype incomoda-me como me incomoda saber que não há magia, mas ilusionismo. Não é para mim uma quase possibilidade, é uma impossibilidade, não é para mim uma quase verdade, é uma mentira enganosa.
Sim, por vezes, lá de longe a longe, gosto de rever a família e trocar umas palavras como quem mata saudades. Lá de longe a longe… Tirando isso, prefiro saber que a família está bem e manter essa distância para revê-los ao vivo quando for possível, do que me enganar com a falsa proximidade digital. Prefiro três linhas escritas. Um telefonema rápido. Aquilo de ver as pessoas, ali mesmo, ao alcance da mão e não poder tocar-lhes é como se fosse uma promessa de vida quebrada à partida, um beco sem saída onde nos metemos sabendo para onde vamos, um Sísifo, um Tântalo…
O Skype magoa-me e incomoda-me. Lembra-me que algo está errado. Fora do sítio. Peça perdida de um puzzle inacabado. Mas isto sou só eu… um tipo esquisito.
jpv
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Fotos de Família
Crónicas de Maledicência – Daqui, eu vejo um país…
Daqui, eu vejo um país…
Preparado para o ébola, mas incapaz de resistir a um surto de legionella, nem tão pouco a perceber a sua origem.
[Nós, emigrantes, por aqui mais comummente designados de expatriados, não só temos uma visão distante da nação, como, mais do que por vezes os nossos irmãos pensam, sofremos na pele as consequências do que se passa em Portugal. Seja porque sofremos consequências diretas, seja porque as sofremos de forma indireta, nomeadamente, pela confrontação das misérias da nação. Viver no estrangeiro não é estar mais longe. Bem pelo contrário. É ser um símbolo, alvo fácil, de tudo o que se diz e faz em Portugal. Desde os resultados do futebol, às politiquices caseiras ou às opções e atitudes de política externa. Recentemente, ouvimos com espantado agrado que Portugal estava preparado para um surto de ébola, caso o mesmo viesse a registar-se. Afinal, dizem-nos por aqui, viver na África subdesenvolvida é mais seguro. A água até pode nem ser potável, mas a população sabe! A incapacidade para lidar com o fenómeno legionella deixa-nos preocupados com os nossos familiares e apreensivos em relação às verdadeiras capacidades do país para reagir ao que quer que seja.]
Daqui, eu vejo um país…
Decente e civilizado, mas a transformar a casa da democracia num circo sem dignidade.
[A chocarreira pouco digna em que se transformou a Assembleia da República de que foi protagonista o Dr. Pires de Lima, infelizmente, não é um fenómeno próprio de um partido. É uma recorrência transpartidária que, de quando em vez, envergonha os portugueses um pouco por todo o mundo. A Assembleia da República não é um bordel, não é um café, não é uma discoteca. É a casa onde se asseguram os nossos direitos e definem os nossos destinos. Nem se coloca a questão de ter razão ou não. Perdeu-a de imediato. Não pode habitar a AR quem age assim, seja de que partido for.]
Daqui, eu vejo um país…
Muito democrático, mas onde a Assembleia da República se preocupa mais com o Orçamento da Câmara de Lisboa do que com o Orçamento Geral do Estado.
[A discussão do Orçamento da Câmara de Lisboa, tenha a importância que tiver, emane de quem emanar, nomeadamente, no caso presente, do homem que ensombra a continuidade do atual Governo, não pode sobrepor-se àquilo que nós, portugueses, realmente precisamos: que se discuta e esclareça o Orçamento Geral do Estado. Quem está de fora pensa: ‘O Costa já ganhou. Até consegue ofuscar o OGE com o Orçamento da Câmara de Lisboa!’, mas a verdade é que o facto é preocupante porque é um sinal inequívoco de que as políticas se exercem em nome da continuidade do poder e não pelo debate e aplicação das ideias.]
Daqui, eu vejo um país…
Que anuncia, ao mesmo tempo, como se fossem fenómenos desligados, a diminuição da taxa de desemprego e o aumento do abandono dos seus jovens para o estrangeiro.
[Apareceu uma figura a provar com matemáticas diversas que a Taxa de Desemprego tinha baixado. Aceito sem discutir. Não sou, nunca fui, bom a Matemática. Mas penso. E não ouvi nesse arrazoado falar dos milhares de jovens que não estão em Portugal porque não conseguem lá viver. Esses, quer queiramos, quer não, são desempregados do nosso país. Ninguém abandona a Pátria como primeira opção de vida. Abandona-se a Pátria quando a vida se torna, nela, insuportável, sem esperança, prenhe de barreiras e cega de oportunidades. E essa é a mais grave e doentia forma de desemprego. É aí que habita o cancro. Passar por cima desses números, é ignorar os sacrifícios dos que partem com a esperança de um dia voltar. Essa esperança tombou pesada e teima em não reerguer-se.]
Daqui, eu vejo um país…
Com excelentes condições para se viver, mas onde se não consegue viver.
[Sempre que os portugueses expatriados comparam Portugal com qualquer outro país, nomeadamente, aquele em que estão a viver, a nossa terra sai a ganhar. É sempre o melhor sítio para se viver, é sempre o local onde tudo é melhor. E é! Mas já vamos evitando falar nisso porque, não raro, surge a pergunta, ‘Então porque é que não está lá?’ O irónico é que ninguém percebe a resposta ‘Porque não posso’. A verdade, é que Portugal tornou-se tão evoluído, os seus equipamentos sociais são tão bons, as condições de vida são tão fantásticas, que o país deixou de estar ao alcance do português comum. E nasce aqui o paradoxo social do ‘País demasiado desenvolvido”. O país são as pessoas, antes de mais. E as pessoas ou sofrem imenso por estar em Portugal, ou não conseguem lá estar. Depois há os outros, aqueles para quem o Paraíso foi erguido. Mas esses são um minoritário grupo de privilegiados…]
Daqui, eu vejo um país…
Com excelentes trabalhadores, mas cujo mérito é sempre reconhecido no estrangeiro.
[A malta aqui até já se ri. E gozam connosco! Sempre que um português tem um sucesso estrondoso, sempre que o seu mérito é social e profissionalmente reconhecido, isso acontece fora de Portugal. Das duas uma, ou os portugueses só têm comportamentos de excelência fora da terra natal, ou os portugueses de excelência estão todos fora do país, ou o país não vê e não reconhece o mérito dos seus cidadãos. É um penoso motivo de orgulho ler as notícias de grande sucesso dos portugueses e constatar que ou são notícias de reconhecimento de terra aliena, ou são notícias de reconhecimento em terra aliena.]
Daqui, eu vejo um país…
Muito preocupado com o estado da Nação, mas onde as casas políticas se digladiam pelo poder através do insulto pessoal, sem debate real de ideias e onde a tal Nação é preterida em nome de jogos de interesses.
[Quando as situações de crise se agravam, seria de esperar uma espécie de toque de recolher armas e trabalhar em prol de um bem maior, o estado da Nação. Não acontece. A primazia é invariavelmente a da divisão, a procura, antes de mais, do que divide os responsáveis pelo país e não aquilo que os deveria unir. Não há inocentes. O primeiro que se auto-proclamar inocente constitui-se, ato contínuo, culpado. Quem está de longe, não de fora, olha com desespero e incredulidade para as opções discursivas, os insultos, as picardias e a confrangedora falta de soluções que os políticos apresentam.]
Daqui, eu vejo um país…
Preocupado, tão preocupado, que os reality shows ganham nas sondagens logo seguidos das transmissões de futebol.
[Ou é o Sporting que perde, ou é o Porto que empata, ou é o Jesus que dá uma entrevista, ou são as diversas Casas com poucos segredos, ou são as tardes da Maria e as maratonas televisivas em que é sempre possível fazer fortuna com uma simples SMS, tudo isso invade as televisões e as notícias cibernéticas. Quando se tenta fugir a essas rotinas, embate-se no sensacionalismo vazio do homem que se suicidou com dois tiros de caçadeira e anda a monte! Cultura… Educação do gosto… O primado da qualidade na produção, isso são coisas raríssimas. Quase parece que alguém anda a entreter alguém… Uma coisa é certa, e disso não nos podemos queixar, todos sabemos em tempo útil e atualizado, como vai a vida emocional, gastronómica e a saúde física do CR7. Mai nada.]
Daqui, eu vejo um país…
E o que vejo é-me livremente oferecido pela televisão… ao longe. Imaginem, se olhasse de perto…
[Olhar de longe não é ver menos, mas, admito, pode falhar-nos o pormenor. O mais grave, penso, é que nós, portugueses, não sabemos da missa nem a metade. O que nos chega é escrutinado, selecionado, tratado e apresentado, na maior parte dos casos, já com os juízos de valor construídos. Aqui, longe, mora a preocupação e a impotência. O desespero. E mora, também, a certeza de que a verdade nos é servida às fatias, só aquelas que conseguimos engolir e pagar, à vez, e depois surgem outras, e outras, e outras, e acabamos a perguntar-nos, todos, porque pensamos nos nossos filhos e nos nossos netos, ‘Mas isto não tem fim’? É preciso que estas trevas, é preciso que este tolhimento tenham fim. É preciso que os nossos descendentes herdem um pouco mais do que esta trapalhada sócio-económico-política em que se transformou um país que em tempos valeu a pena. Olhamos em volta e não vemos as almas grandes. As maiores. E somos portugueses… todos…]
jpv

O presente texto constitui um excerto do capítulo 24 do Romance “A Paixão de Madalena” que publicaremos em breve.
A PAIXÃO DE MADALENA
LIVRO IV – ASCENÇÃO E QUEDA
24. Dizem que a noite africana esconde mais mistérios e mais perigos do que qualquer outra. Talvez por isso, encostadas à parede, por baixo da janela que estavam prestes a abrir, as gémeas conseguiam ouvir o coração uma da outra pulsar de emoção. Viraram-se as duas, sincronizadas, empurraram a janela de guilhotina para cima, colocaram a colher de pau a impedir que descesse e esgueiraram-se para o quintal. Era um espaço enorme, em chão térreo, tinha no centro uma mangueira tão grande que a copa cobria todo o quintal. Havia algumas mangas pelo chão, caídas de maduras e os morcegos razavam por cima das suas cabeças. Passaram para o lado de lá do tronco onde estava encostada uma pá. Abriram uma pequena cova, colocaram lá dentro folhas secas e pequenos ramos, atearam o lume com fósforos e abriu-se um clarão amarelo sob a imensa copa e o céu estrelado dos arredores de Nairobi. Tinham uma empregada queniana, alta, com o cabelo a cair-lhe pelas costas num cacho de tranças. A mulher, diziam, era mais antiga que o tempo, mais velha que a morte. Chamava-se Afrika e tinha-lhes ensinado o ritmo e as palavras do canto da união das almas. E advertira-as que o canto só por si era ineficaz, seria fundamental que as almas a unir para todo o sempre em qualquer que fosse o universo, trocassem sangue durante o ritual.
———————————- jpv ———————————-
[O presente texto constitui um excerto do Capítulo 24 de “A Paixão de Madalena” a publicar em breve em livro. Boas leituras!]
Quando o cansaço leva à loucura:
“E ela, toda empinocada, olhou de soslaio, lançou a melena para o lado e com aquele olhar que arrepia a espinha disse uma pequena falsa verdade…”
jm/jpv
"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."
A esperança pra quem busca pequeno e grande detalhe do criador. Shaloom....
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