Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


4 comentários

Está nas Livrarias”Quem Lixou Isidro Castigo?”

A festa foi linda.
A apresentação pública do romance “Quem Lixou Isidro Castigo?” foi um momento muito agradável, muito fluido e, embora com muitas figuras cujo estatuto convidava à formalidade, a festa foi muito singela, muito descomplexada e descomplicada, muito tranquila… falou-se de livros, do livro. De como fazê-los, de como nascem e da importância de quem os lê. falou-se de histórias, de como apetece contá-las, de como há personagens de quem custa termos de nos despedir.

O romance está à venda em Maputo na livraria Mabuko e na livraria Escolar Editora.

Estiveram presentes o autor, a apresentadora do romance, Olga Pires, com uma interessante e desarmante análise, o editor, Mbate Pedro, Diretor da editora Cavalo do Mar, Luísa Antunes, Diretora da EPM-CELP, João Pignatelli, pelo Instituto Camões, o administrador do BCI, Luís Aguiar, representando a instituição que patrocinou a edição, e o Senhor Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, que nos honrou com a sua presença. E estiveram colegas, amigos, familiares, pessoas do nosso universo de afetos.

Venceu-se a pandemia e colocou-se na rua um Romance de Rua!

Um momento a pedir sorrisos e repetição, quem sabe, para breve!

Agradecemos a gentil cedência de imagens pelo Instituto Camões que generosamente acolheu no evento.

Repetimos, com emoção, a dedicatória que figura nas primeiras páginas do romance:
“A Moçambique e aos moçambicanos. Às pessoas que passam na rua. Aos churrascos de quintal. Aos almoços que começam às 11h e acabam às 23h. Às doces conjeturas e conspirações que apimentam as nossas vidas. A África”.

OBRIGADO!

João Paulo Videira


2 comentários

Quem Lixou Isidro Castigo?

Parece que vai ser desta vez que conseguimos fazer a apresentação pública de “Quem Lixou Isidro Castigo?”.

É já na próxima terça feira, 16 de novembro de 2021, pelas 17h, no Camões, em Maputo.

Esperemos que a pandemia permita o evento!


24 comentários

23.08.2021

23.08.2021

Um só dia, alguns momentos na verdade, e fluiu tudo o que nos une.
Um olhar trémulo pela manhã, uma conversa irrepetível. Tu, eu, a menina, os nossos amigos, os de casa e os de fora, todos do coração, e o madala a comandar as tropas, exército de emoções. E a senhora Cônsul de Portugal em Maputo, e a sua incansável equipa, e o resultado de tantos abraços, de tantos esforços, de tantas emoções e projetos e quilómetros de estrada e palavras e bater de corações… tanto, tanto, tanto…

E leu-se o texto que nos une e segurámos as mãos com força como quem se certifica de que o Destino é mesmo este e não outro diverso.

E veio depois o tempo da paisagem, dos copos a tilintar palavras de saudação e do repasto de conversas e olhares e todos a recordar os momentos que acabaram de acontecer como que para certificar que tinham acontecido. E notícias de longe a brindar sorrisos e uma lágrima emocionada a trair o olhar na presença de quem nos agita o coração.

Aqui estamos, agora, olhando o futuro com esperança no amor que nos une…

Renascemos, reinventámos, retomámos, reinvestimos, refizemos com coragem e determinação as passadas cuja marca na poeira da estrada era quase impercetível.

Aqui estamos para cuidar, para amparar, para respeitar, para construir, para fruir o tempo e a vida e para admirarmos, em comunhão, a comunhão.

Hoje, 23 de agosto de 2021, pelas 11h, no Consulado de Portugal em Maputo, João Paulo dos Santos Videira e Cláudia Cristina Garcia Lopes Videira uniram-se em matrimónio de sua livre vontade…

Imagens sem tratamento e com tamanho e resolução reduzidos para efeitos de publicação.


Deixe um comentário

ANÚNCIO!

É mesmo verdade. O tão ansiado dia chegou.

O primeiro romance integralmente concebido e redigido em Moçambique será lançado já na próxima terça feira, 22 de junho no Instituto Camões.

Toda a ação se desenrola em Moçambique, com a Capital, Maputo, a assumir a centralidade deste “Romance de Rua”.

Infelizmente, por via da Covid-19, o evento tem uma assistência limitadíssima e torna-se impossível fazer o que mais desejava: convidar todos os amigos e leitores. Por isso mesmo, estamos já a planear outras apresentações.

O livro estará disponível nas principais livrarias de Maputo e poderá ser encomendado online.

Um agradecimento muito especial à Editora Cavalo do Mar na pessoa do incansável Mbate Pedro, à Olga Pires, revisora e conselheira, ao BCI, generoso patrocinador da publicação e ao Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

Vamos dando notícias por aqui.
Gratidão!

João Paulo Videira

“QUEM LIXOU ISIDRO CASTIGO?” é a quarta publicação do autor, a terceira em prosa.
Títulos anteriores:
“De Negro Vestida, 2013, Romance.
“A Paixão de Madalena, 2015, Romance.
“O Livro do Leitor – Leve Passada”, 2019, Poesia.


Deixe um comentário

Um Momento Mágico!

a-paixao-de-madalena-epm-celp

O mínimo que pode dizer-se da apresentação de “A Paixão de Madalena” na Escola Portuguesa de Moçambique, esta tarde, é que foi um momento mágico!

Pedi à minha querida amiga, Olga Pires, que lesse e apresentasse o romance. Ela organizou uma sessão com leitura de excertos por alunos seguida de perguntas sobre as diversas temáticas que o romance aborda, em particular, aquilo a que a Olga chamou de “quebrar tabus”.

Claro que me senti confrontado, mas adorei a experiência e penso que a apresentação foi uma excelente e inteligentíssima promoção do livro e da leitura em geral.

Renovo o meu agradecimento à Direção e ao Centro de Formação da EPM-CELP, aos alunos que estiveram brilhantes, aos amigos, familiares, colegas e leitores que compareceram e, de novo, porque nunca será suficiente, à Olga Pires pelo carinho e pela sensibilidade que colocou na organização da apresentação.

O livro está à venda no Centro de Formação da Escola Portuguesa de Moçambique e em breve estará nas livrarias de Maputo. Quando tal acontecer, farei publicitação.

Muito Obrigado
João Paulo Videira

Um abraço especial ao Pedro Andrade que tirou e gentilmente cedeu a foto.


Deixe um comentário

Alô Maputo! É já amanhã!

Alô Maputo! É já amanhã!
 
Quarta feira, 16 de novembro, 16:30h, Auditório Carlos Paredes da Escola Portuguesa de Moçambique, apresentação do romance “A Paixão de Madalena”.
 
Evento aberto ao público em geral. Vem e traz um@ amig@!
a-paixao-de-madalena-cartaz-maputo


Deixe um comentário

“A Paixão de Madalena” chega a Maputo.

Alô Maputo!
 
Na próxima quarta feira, 16 de novembro de 2016, pelas 16:30h, no auditório Carlos Paredes da Escola Portuguesa de Moçambique, realizar-se-á uma sessão de apresentação do romance “A Paixão de Madalena”.
 
A Olga Horacio Pires amavelmente aceitou o convite para apresentar o romance. Obrigado Olguinha!
 
Estão todos convidados! Claro!

a-paixao-de-madalena-cartaz-maputo


Deixe um comentário

E…

dados

ALEA JACTA EST!


Deixe um comentário

O Testador de Piscinas

20160214_111802

Esta manhã, de soalheiro domingo, tive uma ideia para um negócio promissor e de grande rentabilidade. Vou abrir uma empresa de uma pessoa só como “Testador de Piscinas”.

Qual o grande medo de quem possui piscinas? Não, não é a manutenção. É a possibilidade aterradora de chegarem amigos para uma churrascada e um mergulho e a piscina não estar em condições.

A coisa funciona assim. O cliente convida-me para um churrasco ou um belo de um cocktail. Entre dois goles de sangria de champanhe, elemento fundamental para que corra tudo bem, eu dou uns mergulhos, umas braçadas, avalio a qualidade e a limpeza da água, a decoração e os recursos adjacentes, como chuveiros, lavabos, camas de rede,etc.

No imbatível prazo de 24 horas produzo um relatório com conselhos de manutenção e cuidados da piscina bem como dicas sobre como melhorar o churrasco ou a caipirinha.

A foto que encima este texto testemunha o meu primeiro serviço. Eu contratei-me a mim mesmo e posso garantir que estou satisfeitíssimo com a qualidade do serviço.

Se vives em Maputo e queres dar um mergulho nesta piscina contacta-me pelas mensagens privadas. É que o condomínio tem uma casa vaga e andamos à procura de inquilino… quem sabe… de resto, o preço do aluguer é convidativo e a vizinhança é 5 estrelas!

jpv


3 comentários

Crónicas de África – Questões Culturais

96ec1-cronicas-de-africa-img-2

Crónicas de África – Questões Culturais

Maputo, 1 de fevereiro de 2015

À medida que o tempo passa, as interações em Moçambique, com os diversos e extraordinários agentes das muitas culturas que aqui coabitam vão-se sedimentando e a novidade desvanece-se. Talvez por isso, menos crónicas vêm ver a luz dos vossos olhos.

Ainda assim, reúnem-se diversos aspetos e pormenores e, de quando vez, amanha-se uma Crónica de África.

Ébola.
Estivemos em Portugal pelo Natal. Por um voo Maputo – Lisboa – Maputo, a TAP, de que tanto se fala agora, pediu-me em setembro, quatro mil euros por pessoa. No mesmo dia, comprei dois bilhetes de avião, na South African Airways, Joanesburgo – Lisboa – Joanesburgo, por oitocentos euros cada. Eu quero que a TAP seja portuguesa. Mas a TAP não parece querer que eu utilize os seus serviços. Quando regressámos, em Lisboa estavam zero graus, em Joanesburgo trinta e dois. Com a preocupação de trazer as malas de mão e ver qual o tapete onde estariam as outras, esqueci-me de despir o casaco e comecei a suar. Estava à espera que me carimbassem o passaporte, quando reparei que uma câmara olhava para mim com ar suspeito. Uma luz vermelha acendeu. O funcionário do aeroporto veio ter comigo e perguntou, O senhor sente-se bem? Sinto-me muito bem. Mas o senhor está doente. Não estou não. Está, está, o senhor está todo suado. Sim, tenho calor. O senhor é suspeito de estar infetado com o ébola, a minha colega vai acompanhá-lo à enfermaria. Não me deram a escolher. Ou vais, ou vais. Uma vez lá chegado, apontaram-me uma pistola semelhante àquelas que as meninas dos supermercados usam para ver o preço dos produtos. Fizeram pontaria aos olhos. E a senhora redonda e simpática exclamou: Vejam só, ele só tem trinta e cinco! O senhor sente-se bem? Muito bem, estou suado é só isso, o calor pode fazer-nos suar. Quem diria, não tem febre! Respondeu ela, e simpaticamente despediu-me dali e a mesma alma que me havia levado à enfermaria, levou-me até às passadeiras onde as minhas malas já estavam tontas de tanta montanha russa!

Donde vens?
Raramente falo do meu ambiente de trabalho. É uma questão de separar águas. Por vezes, deixo um apontamento ou outro que possa ter algum interesse mas não revele nada do funcionamento da instituição. Assim continuará a ser. Este apontamento é sobre a multiculturalidade, as vivências tão diferentes que se experienciam por aqui, a enorme diferença nos referentes do quotidiano. Deslocava-me pelos corredores para ir a uma sala de aula quando me cruzei com ele. Não tinha mais de oito anitos, era do terceiro ano. Ora, estranhei vê-lo por ali sozinho e por isso fiz as perguntas que fiz, sabe-se lá o que pode andar a fazer um cachopo divagante pelos corredores de uma escola!
– Olá, onde vais?
– À casa de banho, setôr.
– E donde vens?
– De Portugal!
Toma e embrulha e para a próxima não faças perguntas desnecessárias.

Outros Parâmetros
Para nós, europeus, mestres da consciência cívica, reciclar consiste em dar nova vida a materiais que entretanto deixaram de ter préstimo. O conceito não tem nada de errado. Pelo contrário. É fundamental. Não posso deixar de notar, contudo, que, para os sul-africanos, o conceito é um tanto diferente porque não se aplica depois das coisas deixarem de ter préstimo, mas enquanto ainda o têm. Eles são mestres em prolongar a vida das coisas, sempre que algo tem ou possa ter arranjo, eles consertam não substituem. Isto aplica-se a eletrodomésticos, a automóveis e a todo e qualquer equipamento. Ainda me lembro, quando fiz a primeira manutenção ao meu carro, tinha os discos dos travões todos ferrugentos. Em Portugal colocavam-me uns novos, e pronto. Na RSA deram-me a escolher entre colocar uns novos ou reabilitar aqueles sendo que a reabilitação me custava um décimo do preço. Já lá vão quase três anos e os discos lá andam a travar. Mas não é só neste aspeto que os parâmetros são diferentes. Quando fui para Portugal, a caminho de Joanesburgo parei numa oficina para fazer uma manutenção. Correu tudo bem exceto o facto do empregado se ter esquecido de apertar as porcas das rodas. Ao cabo de dez quilómetros tinha danificado irremediavelmente o braço da direção do lado esquerdo. Telefonei ao dono da oficina a contar o sucedido. Ele disse-me para ir devagarinho até Joburg e passar pela oficina quando regressasse de Portugal. Assim fiz. No regresso, ele reparou o carro, colocou uma peça nova e, no fim, pediu-me desculpa pelo sucedido e assumiu toda a despesa da intervenção para ele. Sem discussões. Sem pressões… Só assim… pelos valores…

Assalto
Enquanto estive em Portugal, assaltaram-me a casa. A minha empregada identificou o ladrão. Fora o próprio guarda da casa. Contingências! O meu vizinho chamou a Polícia que fotografou o local. A Polícia solicitou que, quando eu chegasse, lá fosse levar um relatório completo do que faltava e apresentar queixa. Foi o que fiz. E quando lá cheguei, o Oficial de Dia chamou o detetive e perguntou:
– Sabes de algum assalto na rua tal?
– Sei, foi no dia dia tal, às tantas horas.
E ainda não tinha acabado de falar deitou a mão à camisa onde trazia uns óculos pendurados, estendeu-mos e disse:
– Tome, isto deve ser seu.
E era. Eram uns óculos graduados da minha mulher que o ladrão deixou cair na fuga. O detetive trouxe-os ao peito durante três semanas à espera que eu os fosse reclamar. E quando lhe agradeci, ele respondeu: Assim, pelo menos, já não perde tudo!
O guarda foi substituído por um guarda de uma empresa de segurança e quando cheguei à escola, os alunos quiseram saber porque tinha faltado o setôr que nunca falta. Contei a história sem referir quem tinha sido o assaltante. Quando terminei, três ou quatro disseram, com toda a naturalidade num coro de espanto por eu não ter percebido, à partida, o que iria passar-se: Foi o guarda!

Pré-pago e Contratos
Aqui é tudo pré-pago. O crédito do telefone, a Internet, o serviço de televisão e até a luz. Aqui não se diz luz, diz-se energia. É possível comprar energia numa mercearia, numa loja da EDM ou no multibanco. Escolhe-se o valor, dão-nos um recibo com um código que se insere no contador da luz que converte o valor em watts de consumo. Por um lado, não há aquela preocupação das faturas, por outro lado, cada utente compra à medida do seu bolso e só consome o que paga. Os contratos dos serviços de Internet e televisão são muito mais maleáveis e confortáveis do que em Portugal. Já telefonei para empresas portuguesas a perguntar porque é que não funcionam desta forma e ninguém me sabe responder. Eu explico. Quando se contrata um serviço de TV, por exemplo, se, por alguma razão, se falhar o prazo de pagamento, não há cá cartas de aviso, nem multas, nem comissões de reativação. Pura e simplesmente o fornecimento é cortado e, no dia em que se fizer novo pagamento, o fornecimento é retomado. Simples, não? Mas há mais. O teor do contrato muda automaticamente de acordo com o valor depositado, não é preciso contactar uma menina que remete para outra menina que remete para uma senhora que remete para um técnico que manda outro técnico a casa. Nada disso. Se pagamos mil meticais, temos 44 canais. Se, no mês seguinte, pagamos dois mil meticais temos 88 canais, se pagamos quinhentos, temos 20 canais, e assim sucessivamente. Os pacotes estão pré-definidos e ligados a um valor, o simples pagamento desse valor ativa um determinado pacote. Genial, não?

Ainda falta falar do F. Mas acho que fica para a próxima.
Todos os dias nos cruzamos com diferenças culturais muito acentuadas que, com o tempo, vamos interiorizando no nosso quotidiano e na nossa mente. Deixámos de estranhar, mas, por vezes, paramos para pensar e percebemos que vivemos noutro universo. Completamente diferente. Deliciosamente diferente.

jpv