Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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11 anos de “Mails para a minha Irmã!

O blogue “Mails para a minha Irmã” completa hoje 11 anos!
Onze anos de textos, de partilhas, de desabafos, de literatura, de parvoíces, de imagens, de música, de emoções, muitas emoções, onze anos de trabalho, dedicação e entrega. Onze anos de vós, aí, desse lado a alimentar tudo isto!

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

Ficam alguns números desta nossa partilha, mas, como em tanta coisa na nossa vida, os números dizem tão pouco. mudaríamos pouco neste percurso. Tem sido o percurso possível porque a escrita e a leitura são assim mesmo. Requerem tempo e atenção e paciência e não se vergam a consumismos imediatistas. Ou talvez verguem. Nós é que preferimos dar tempo ao tempo.

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

>> 11 anos.

>> 2344 publicações.


>> 344007 visualizações.

>> 4821 comentários.

>> Texto mais lido de sempre:
“Não há professores? Onde está a surpresa?” – 2439 leituras.
(
https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2019/02/11/nao-ha-professores-onde-esta-a-surpresa/)

>>1º texto do blogue: “O meu ET” – 12 de maio de 2009.(https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2009/05/page/1/)

>> Dia com mais visitas: 13 de fevereiro de 2019 – 2482 visitas.

>> 198 seguidores.

>> MPMI tem leitores em 32 países.

>> Países que mais frequentam MPMI: Portugal, Moçambique, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Angola, Canadá, França, Alemanha e África do Sul.

Até já!
jpv


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Uma Zanga e uma Citação

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A escrita é tramada. Zanguei-me com ela. Zanga antiga de dedicar-me sem medida e não receber em troca a mesma atenção. Zanga antiga de procurar a qualidade, mas andarem textos andrajosos de mão em mão. Que me divorciava, que não escrevia mais, que tinha por vendidos um punhado de livros entre familiares e amigos, que não era vida de escritor este dar sem receber. E mordia-me os calcanhares da mente a história daquele tipo que publicou catorze romances inteiros em doze anos, todos feitos de páginas às centenas e capas rebrilhando nos escaparates. E eu aqui, tecendo e destecendo, qual Penélope das palavras, amanhando investigações, enjeitando umas frases e erguendo outras à luz cristalina de meus dias não mais que um romance a cada par de anos vencido. Mas a Escrita é amante caprichosa. Que não, não haveria partilhas, que o casamento seria para sempre, que teria de continuar a suportar-lhe os trejeitos de dama que subjuga o coração de quem a ama e ela me suportaria os dias em branco, as linhas riscadas, as páginas desconseguidas… Mas não, homem que é homem, por macho ser, leva  a sua adiante, e vai de depor as armas e arrumar as canetas e esconder os cadernos e comprar livros e ler. Seria leitor por vingança de não ser lido. O primeiro sinal de recaída foi um caderno em branco de capas acastanhadas e gravadas de palavras no exterior. E lá dentro, nada. E depois um outro, discreto, com uma fitinha de marcar páginas e limites. E depois uma caneta. Coisa imperdoável de se desperdiçar ali, na montra, a olhar. E assaltou-me, à traição, uma personagem, e invadiu-me a imaginação uma história e entre a verdade esfumada na pobreza da memória e a vívida clareza dos momentos a perpetuar, sentei-me a rabiscar. E a zanga cá andava no peito a perder terreno para o entusiasmo desta nova história que chegou calma, tranquila e sem pressa. Assim começa: “Quando nasceu, Indesejada da Conceição Nhaca, não soube, não poderia ter sabido, que viera a este mundo para ser emigrante em sua própria terra, estranha no chão que a ouvira chorar pela primeira vez, despojada dos afetos, filha da miséria. Mas não foi isso o pior que a vida lhe reservou.”

João Paulo Videira 


2 comentários

Confissão Sim, Sim…

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Aos leitores de MPMI.

Caros amigos, tenho andado nesta preguiça de escrever porque me enredam as coisas pequenas da vida. E essas, têm poderes maléficos. Os de nos distraírem do fundamental. Este Blogue tem tido umas crónicas, umas erupções poéticas, umas parvoíces… tudo espaçado de dias longos. Os meus leitores e os meus amigos e, garanto-vos, há grande confusão entre esses dois grupos, merecem melhor. E merecem mais.

Sim, sim, as viagens transcontinentais, vida cá, vida lá. Sim, sim, as responsabilidades no trabalho e o volume que ele assume. Sim, sim, a revisão do recentemente terminado romance para que possa publicar-se em breve. Sim, sim, a mudança de casa e mai-los episódios tipicamente africanos que a seu tempo contarei… Sim, sim… tudo isso são justificações válidas, mas são, também, no dizer antigo da minha querida e falecida avó Ana, desculpas de mau pagador.

Hei de dar-vos um conto da série “O Ofício da Memória”.  Hei de trazer-vos novidades acerca do próximo romance. Há de escrever-se um conto da série “Histórias a Preto e Branco”. E hão de ver a luz dos vossos olhos algumas dessas crónicas africanas.

Sim, confesso. A produção escrita anda devagarinho e desleixada. Talvez esteja descansando. Talvez… Mas ando incomodado com esta letargia que ataca de forma severa a minha caneta. Sim, a caneta. Eu escrevo primeiro à mão, depois passo para o processador de texto e finalmente tudo vem morar aqui… Sim, sim…

jpv