Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


Deixe um comentário

Ana Paula Canotilho: singela e belíssima homenagem

A Cristina, que anda zangada comigo, faço-te queixa, a ver se conversas com ela, hoje, numas momentâneas tréguas, disse-me, João Paulo, tens uma coisa na tua secretária. Espero que seja boa, repliquei curioso. Ora, sabendo eu que ela sabia que, uma vez chegado à secretária, teria de ver a coisa, inferi que o realce justificaria algo de importante e significativo, independentemente da natureza.  E era. Era o teu livro.

Fiquei ali a soluçar, com duas lágrimas impertinentes a roubarem-me o estatuto de homem forte. O teu livro, porra!

É uma obra muito especial. Faz-te justiça de muitas formas diferentes. Profissional, ética, reivindicativa, equalitária, social, política, sindical, solidária, e, sobretudo, humana. São palavras dos teus amigos e das pessoas que te admiram e respeitam e amam. São palavras simples e profundas.

E tem uma carrada de fotos onde brilhas com o teu olhar incisivo, provocador e doce. E está cheio de África. Como tu adorarias.

Sabes, depois de o ler uma vez e outra, senti paz. Senti como se um ciclo se tivesse fechado. Como se algo incompleto se tivesse completado. Como se, de repente, já não precisasse mais de andar preocupado com algo que me atormentava: a justiça para contigo, a tua figura ímpar, a tua pessoa única. Acho, mas não tenho a certeza, que esse sentimento vivia em mim por teres partido tão repentinamente e por ter-te acompanhado de forma tão próxima naquelas últimas horas.

Há muitos agradecimentos a fazer, ao SPN, à Maria José, ao Baldaia, ao Borges, e a tantos outros. Mas eles não querem agradecimentos. O que eles querem é o mesmo que eu: que se preserve bem viva a memória de ti e tudo o que representas para nós e o Mundo em que vivemos. Tentaremos estar à tua altura, fazer justiça ao teu legado. Tarefa nada fácil. Ergueste a fasquia bem alta.

Paz… sinto paz… e saudades… vamos falando…

jpv.


2 comentários

FELIZ NATAL!

De Rerum Natura
Feliz Natal!

MPMI deseja a todos os leitores, amigos e familiares um FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO.

Um querer bem. Um desejar o melhor. Um optar pela positiva. Um olhar acolhedor. Uma mão quente noutra mão quente. Uma tolerância face ao erro. Um reconhecer o erro. Uma canção trauteada. Um sorriso aberto. Uma inesperada aceitação. Um olhar para o outro desde o lugar dele. Uma saudade profunda. Uma comoção. Um espírito invisível e certo. Um coração desperto. Uma voz antiga. Uma família reunida. Uma luz amarelecida. E outra canção que passa. Uma distância que abraça. Um sentir repetido e inaugural. Um dia sem dia. Um feliz Natal.

A galeria que hoje publicamos é uma galeria de afetos. Faltam aqui imensas fotos. Caro leitor, amigo, familiar, envie-nos a sua foto e teremos muito gosto em juntá-la a esta galeria (mailsparaaminhairma@gmail.com).


24 comentários

23.08.2021

23.08.2021

Um só dia, alguns momentos na verdade, e fluiu tudo o que nos une.
Um olhar trémulo pela manhã, uma conversa irrepetível. Tu, eu, a menina, os nossos amigos, os de casa e os de fora, todos do coração, e o madala a comandar as tropas, exército de emoções. E a senhora Cônsul de Portugal em Maputo, e a sua incansável equipa, e o resultado de tantos abraços, de tantos esforços, de tantas emoções e projetos e quilómetros de estrada e palavras e bater de corações… tanto, tanto, tanto…

E leu-se o texto que nos une e segurámos as mãos com força como quem se certifica de que o Destino é mesmo este e não outro diverso.

E veio depois o tempo da paisagem, dos copos a tilintar palavras de saudação e do repasto de conversas e olhares e todos a recordar os momentos que acabaram de acontecer como que para certificar que tinham acontecido. E notícias de longe a brindar sorrisos e uma lágrima emocionada a trair o olhar na presença de quem nos agita o coração.

Aqui estamos, agora, olhando o futuro com esperança no amor que nos une…

Renascemos, reinventámos, retomámos, reinvestimos, refizemos com coragem e determinação as passadas cuja marca na poeira da estrada era quase impercetível.

Aqui estamos para cuidar, para amparar, para respeitar, para construir, para fruir o tempo e a vida e para admirarmos, em comunhão, a comunhão.

Hoje, 23 de agosto de 2021, pelas 11h, no Consulado de Portugal em Maputo, João Paulo dos Santos Videira e Cláudia Cristina Garcia Lopes Videira uniram-se em matrimónio de sua livre vontade…

Imagens sem tratamento e com tamanho e resolução reduzidos para efeitos de publicação.


Deixe um comentário

11 anos de “Mails para a minha Irmã!

O blogue “Mails para a minha Irmã” completa hoje 11 anos!
Onze anos de textos, de partilhas, de desabafos, de literatura, de parvoíces, de imagens, de música, de emoções, muitas emoções, onze anos de trabalho, dedicação e entrega. Onze anos de vós, aí, desse lado a alimentar tudo isto!

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

Ficam alguns números desta nossa partilha, mas, como em tanta coisa na nossa vida, os números dizem tão pouco. mudaríamos pouco neste percurso. Tem sido o percurso possível porque a escrita e a leitura são assim mesmo. Requerem tempo e atenção e paciência e não se vergam a consumismos imediatistas. Ou talvez verguem. Nós é que preferimos dar tempo ao tempo.

GRATIDÃO! A TODOS! POR TUDO!

>> 11 anos.

>> 2344 publicações.


>> 344007 visualizações.

>> 4821 comentários.

>> Texto mais lido de sempre:
“Não há professores? Onde está a surpresa?” – 2439 leituras.
(
https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2019/02/11/nao-ha-professores-onde-esta-a-surpresa/)

>>1º texto do blogue: “O meu ET” – 12 de maio de 2009.(https://mailsparaaminhairma.wordpress.com/2009/05/page/1/)

>> Dia com mais visitas: 13 de fevereiro de 2019 – 2482 visitas.

>> 198 seguidores.

>> MPMI tem leitores em 32 países.

>> Países que mais frequentam MPMI: Portugal, Moçambique, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Angola, Canadá, França, Alemanha e África do Sul.

Até já!
jpv


Deixe um comentário

Embarcação

embarcacao

Embarcação precária
De emoções
E rota confusa.
Madeiro que flutua
Com bússola
Que o marinheiro não usa.
Pobre e mísera carga
De forma indecisa
E incerta.
Vira-se a barca
E perde-se o Norte
Sempre que a ondulação aperta.

jpv