Amor meu, que te expões na cama, Sacrificado seja o teu corpo À minha chama. Venha a mim a tua carícia, Seja feita a nossa vontade Com luxúria e perícia, Assim no leito como no chão. Perdoa-me as minhas ausências Assim como perdoo A quem me tem cativo Da mais doce tentação.
Sempre imaginei Qua as deusas se banhavam Em frescas fontes Brotando cascatas de prata. E, contudo, Aqui estás, no meu chuveiro, Com esse sorriso que resgata O homem perdido, Enquanto a espuma desce As curvas de teu corpo despido.
Sempre julguei Que as deusas comiam Sob árvores frondosas e seculares, Em mesas postas De iguarias e manjares Sobre toalhas de linho branco, Embaladas pelo chilrear dos passarinhos. E, contudo, Sentas-te à mesa da cozinha E comes queijo aos pedacinhos, Em pão fresco e café quente, Com papaias generosas no horizonte.
Sempre pensei Que as deusas descansavam Em camas de marfim E imaculados lençóis de cetim Com o firmamento por teto. E, contudo, Sentas-te na nossa varanda Saboreando a brisa e o tempo Enquanto escrevo por perto.
Sempre imaginei Que as deusas orientavam Os pobres humanos Com um suave aceno da alva mão. E, contudo, Deslizas na sala de aula De palavra límpida e proferida E envolvente explicação.
Sempre julguei Que as deusas dormiam recostadas Em leitos divinais Com pajens e amas de quarto Satisfazendo seus caprichos banais. E, contudo, Deitas-te exposta ao meu olhar Bela, sensual, E sem qualquer banalidade, Em lençóis simples e monocromáticos Comprados na calamidade.
Sempre pensei Que as deusas amavam Em leitos de luxúria E orgias intensas e loucas. E, contudo, Em breves dias me ensinaste Que são parcas e poucas As artes das deusas Nesse diálogo de tranquilas euforias Que nossos corpos travam nos dias Em que dançam juntos A melodia do amor…
Ó senhora!
Ó deusa!
Ó musa maior!
Aceita minha dádiva,
Minha prece,
Meu suor.
Seja feita em mim
Tua vontade.
Envia pelo anjo
A sublime e espantosa
Novidade
Que há de surpreender
O Universo perplexo:
Tombou ajoelhado,
Perante tua figura,
O servo do sexo.
Deste forma
Ao meu desejo
E alma
À minha loucura.
És tudo
O que sinto e vejo,
Seio,
Colo,
Sepultura.
Teu corpo
É meu altar,
Teu gemido
Minha devoção.
Em ti
Procuro o grito sentido
Que completa minha oração.
Gosto da tua voz serena
E do teu olhar sem pressa.
Gosto de sentir na tua pele
O nascer de uma promessa.
E gosto quando me tocas
E finges não ter tocado.
Gosto desse sorriso despercebido
Por cima do colo decotado.
E gosto dos teus seios firmes
Quando me roçam devagarinho.
Gosto das tuas palavras quentes
Quando me pressentes sozinho.
E gosto quando à noite
Te chegas a mim
E me sussurras ao ouvido
Que retome no altar do teu corpo
O ritual todas as noites repetido.
És minha deusa profana,
Senhora da minha oração.
És minha virtude e meu pecado,
Minha fé e minha religião.
E gosto quando me despes
Das roupas e do pudor.
Gosto quando me incendeias no sexo
A insana chama do amor.
E quero ter-te, então,
Sob meu corpo e meu suor,
À procura do momento
Em que o grito se faz maior.
Ouve, meu amor…
Descansemos agora,
Faz frio lá fora
E o mundo foi dormir.
De tudo o que resta viver,
Já pouco falta cumprir.
Gosto da tua voz serena
E do teu olhar sem pressa.
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