Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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O Amor

amor

A causa de todas as coisas é o Amor.
Todo o Amor.

Não só o desejo
De percorrer a linha
Do horizonte do teu corpo,
Mas também o amor,
Que me deixa comovido
E absorto,
De uma criança sorrindo ao Destino
Sem ter Destino algum.
O amor, vulgar e comum,
Do velho agricultor,
De face sulcada,
Pelo cheiro da terra arada
E uma semente a espreitar.

Não só o amor
De percorrer a linha fina
De teus lábios
Com a minha língua molhada,
Mas também esse amor
Que têm os homens sábios
Por quase tudo
E por quase nada:
O voo irregular da borboleta,
O mendigo dormindo na valeta
Envolto em cartões,
E o olhar húmido
E repleto de emoções
De uma mãe que vê
A imagem do filho que regressa,
Amor de décadas de espera,
Sem excitação nem pressa.

Não só o amor
Pelo timbre da tua voz
Incendiando fogos em nós
E semeando um desejo antigo
E profundo,
Mas também esse amor
Pelos crentes
E pelos céticos do mundo,
Criaturas finitas
E infinitas
E iguais
Na diferença e na Fé.
Um amor obsessivo
Pelos que caem de pé
E não vendem a dignidade.
A causa de um gesto nobre
Não tem idade,
Nem cultura,
Nem carimbo,
Nem face.

O amor não se pede,
Dá-se.

É uma mão estendida,
Um sorrir a um sorriso,
Uma mão noutra mão,
Um amparo
Em vez de um empurrão.
Um abraço,
Divino laço
Entre humanos.

Com o Amor,
Não há enganos
Nem justificações.
Há só isso,
e a Paz que fica.
E essa Paz
É a coisa mais bonita.

jpv


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