
Não fumaste o cigarro do depois.
Não dissemos palavras encantadas,
Nem fitámos os olhos dos dois.
Não quiseste perceber tudo,
Nem um compromisso,
Uma declaração de amor.
Não fizeste planos arrojados.
Vestiste a roupa breve
E deixaste-nos despojados
De nós.
Nem uma palavra.
Só o silêncio da tua voz,
E o teu corpo, esguio e esbelto,
Saindo do quarto, apressado.
Não ia saciado.
Ia à procura do resto.
De quem te mereça as palavras.
De quem te acenda o cigarro…
Do desejo.
jpv