O Excel é uma praga na Educação. Um cancro. O Excel é a subversão consciente de um processo reflexivo e de uma tomada de decisão pedagógica. É a conversão de algo sério numa conta. Numa coisa que qualquer tabuada faz. Ao usarem o Excel, os docentes autodestituem-se de uma das mais importantes, complexas, e difíceis tarefas da sua profissão: a avaliação. E substituem-na por classificar. O recurso à folha de cálculo é um ato de cobardia pernicioso. É assumir que temos de comprovar objetivamente um processo que não é, nunca foi, objetivo, que nunca se quis objetivo porque é, na sua essência, subjetivo.
Usar a folha de cálculo é destituirmo-nos da responsabilidade de darmos uma nota porque sim, porque quisemos, porque assim decidimos à luz dos critérios estabelecidos e da observação feita.
Um professor com o Excel em punho é um impotente, um desautorizado, um tipo que abdicou do seu conhecimento e da sua preparação para desempenhar a sua profissão com as regras dos outros. É um perdido a tentar justificar o injustificável a quem não tem de justificar coisa nenhuma. Não são os professores que têm de justificar perante os pais as notas que os filhos têm. É exatamente o oposto. São os pais que têm de dizer aos professores porque é que os filhos têm as notas que têm.
Pior do que um professor que usa a folha de cálculo, só um professor que usa a folha de cálculo e dá testes! Os testes não avaliam nada, a não ser um conjunto de condicionalismos falíveis. Os testes focam-se, mal, num produto, tal como a folha de cálculo se foca numa súmula de produtos. O processo avaliativo foca-se numa progressão, na caracterização e na descrição de um percurso. Inclui dados não plasmáveis em Excel nenhum e formas de recolha não previstas em grelha alguma.
Um professor informado, atento, e não domesticado pela ditadura dos testes e das folhas de cálculo, sabe sempre que nota um aluno merece. E, normalmente, é a mesma nota que o próprio aluno considera que merece. Os alunos ainda não tiraram cursos superiores, não aprenderam pedagogia, nem didática, nunca fizeram pós-graduações, nem mestrados, em avaliação pedagógica e, contudo, sabem, com uma precisão impressionante, a nota que merecem. Porquê? Porque, tal como o professor, participaram no processo. No caso deles, com a virtude de não serem reféns dessa parafernália inútil de instrumentos de registo e cálculo. Cálculo de quê? Na avaliação pedagógica, não há lugar a cálculos. Há lugar a tomadas de decisão incalculáveis. É por isso que precisamos de cursos superiores e formação pedagógica especializada. Não é para transmitir conhecimentos que já estão em todo o lado. Nós servimos para orientar e acompanhar o processo de aprendizagem e para tomar as decisões avaliativas que melhor descrevam o percurso dos alunos.
Em Educação, a utilização de folhas de cálculo para avaliar e, até, para classificar, representa o triunfo da ignorância. O triunfo do primado da quantificação sobre o da qualificação. E não me venham com a conversa dos exames. Isso é uma treta. Os alunos mais bem preparados para fazer exames são aqueles que tiveram as experiências de aprendizagem mais ricas, mais desafiantes e mais exigentes. Não são os que fizeram mais testes ou passaram em mais filtros do Excel.
Não há Educação sem seres humanos, como não há avaliação justa e eficaz que não seja humanizada e a decisão tem de ser sempre subjetiva, construída, processual, progressiva e… humana.
Neste processo, tudo o que sucumba ao frémito de objetivar, à febre de quadricular, é espúrio. É um estorvo. Contribui para a destruição da avaliação pedagógica e não para a sua melhoria.
Sei que te amo, Sei-me apaixonado, Quando o desenho suave De teu seio desnudado Me faz tremer o coração, Vira o Mundo ao contrário, Sinto os pés leves, sem chão.
E sei-o Quando teu sorriso Me enlouquece e inebria. O dia escurece, A noite faz-se dia. E tuas ancas rolam Na minha frente. Alma perdida, Corpo absorto e ausente.
E sei que te amo, Sei-me apaixonado, Quando tua voz me pede E eu obedeço comandado. Comandante à deriva, Coração naufragado.
A tua presença É a definição do desejo E do amor na minha vida. Versículo solto, Escritura mal traduzida. Convertido, eu, À tua palavra E à tua ação. Mergulhado em teu pecado Salvo por tua devoção De amor. Sacra tortura. Sem redenção, Nem temor.
Cláudia desliza como uma deusa, Passadas firmes e imperceptíveis Na elegância suprema do passar. Isabel bamboleia-se desconjuntada Como uma mamana africana, Pose orgulhosa, altivez no olhar. A Mãe de Isabel, à medida que o tempo passa, Começa, subtil, a copiar-lhe o andar.
Cláudia pensa. A Mãe de Isabel ensina a pensar. Isabel aprende depressa E com o pensamento que herdou Molda o molde Com que Cláudia pensou.
Respiram igual, Certo respirar traquina Que nasce no coração da menina E cresce no peito da mulher. O que uma deseja, A outra já quer.
Cláudia é livre. É uma força Que envergonha a Natureza. A Mãe de Isabel, suspensa, Vive entre o medo e a incerteza De não saber se errou. Sem guia, nem solucões, Cláudia quis, A Mãe de Isabel amou.
Cláudia liberta. Solta para a vida E mais o que vier. A Mãe de Isabel protege, Sob suas garras afiadas, A menina, sempre menina, E já tão mulher. Ronda-lhe a sombra, Traça-lhe o perímetro. Mede cada intenção, Vigia cada centímetro. É sua, a filha, É sua, aquela vida, Para proteger. Por ela, só por ela, Abdica da sua E pediria para morrer Uma morte talhada a cinzel. Morre Cláudia, Para que viva a Mãe de Isabel.
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