Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Autocensura

Imagem daqui: https://joseferjuan.wordpress.com/2017/10/28/autocensura/

É quando me calo que deves preocupar-te.
É quando esperas a reação que não acontece.
É quando te ignoro e alguma coisa perece.
É quando te sentes livre de mim que está perto o fim.
É quando te acomodas,
Quando julgas que me domaste.
Quando, descansado, recuaste.
Quando o silêncio parece cura
E afinal é autocensura.

jpv


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Em boa companhia!

“QUEM LIXOU ISIDRO CASTIGO?” está à venda na Livraria Mabuko, Av. Julius Nyerere, e na Livraria Escolar Editora, Av. 24 de Julho, ambas em Maputo.

As vendas estão a correr muito bem pelo que aqui fica um sentido agradecimento a todos os leitores.

Na Mabuko, reparámos que o nosso romance está em muito boa companhia. Nada mais, nada menos do que João Paulo Borges Coelho e Mia Couto.

Boas notícias num universo complexo e preocupante.

Bom domingo!


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A Variante Ómicron e o Preconceito Geográfico

Não. A variante Ómicron não “nasceu” na África do Sul e a decisão da União Europeia de fechar as portas de entrada aos viajantes oriundos da África do Sul e dos países vizinhos é ignorante, preconceituosa e discriminatória.

A variante Ómicron foi inicialmente detetada na Nova Zelândia, Inglaterra, Brasil, França, Índia e nas Filipinas. Como surge, então, o nome da África do Sul envolvido nisto? É simples. Devido a doenças como a malária, a tuberculose e a SIDA, a África do Sul teve de especializar-se em epidemiologia e tem dos laboratórios e das equipas de investigação mais avançados e sofisticados na área em todo o mundo. Por isso mesmo, foram especialistas sulafricanos que, em primeiro lugar, isolaram, sequenciaram e identificaram a variante. Depois, a ignorância jornaleira e política fizeram o resto. Confundiram tudo e despejaram em cima do continente subdesenvolvido o perigo de ser a zona de onde provém o Ómicron. Só que não é! Estes mesmos investigadores estiveram, de resto, na liderança de vários projetos que levaram à criação de vacinas.

Há mais. Como agora está na moda analisar números, eu apresento-vos alguns. Ontem, a Inglaterra registou mais de 50 mil casos, a França mais de 30 mil, a Itália mais de 13 mil, a Espanha mais de 9 mil, Portugal registou mais de 3 mil casos e… aqui em Moçambique houve 3 casos!!! Na Árica do Sul, um país maior que estes todos juntos, que toca ambas as costas do continente africano, a oriental e a ocidental, houve 2 828 casos! E são os africanos que não podem viajar para a Europa? Só se for para nos proteger!

Sejamos sérios. Há um lamentável preconceito geográfico com África. Aqui fazem-se os testes das vacinas que depois se distribuem na Europa, em primeiro lugar. Aqui está, por defeito, a ignorância, a inaptidão, a fome, a pestilência, a criminalidade e tudo o que é mau. Daqui partem os males do inferno que poluem o paraíso civilizado e assético que se vive na Europa.

E há aspetos que são gritantes: porque é que as viagens de e para a China não foram interditadas quando começou a pandemia?

Ainda me lembro, quando começou a pandemia, dos voos humanitários a evacuar portugueses e cidadãos de outras nacionalidades de África para as suas pátrias amadas com medo de morrerem aqui às mãos do vírus e da falta de condições do pobre e subdesenvolvido continente! Afinal, não andámos aqui a tropeçar em cadáveres. Com toda a tranquilidade, implementámos as medidas de prevenção e segurança e sobrevivemos, sem medo, nem preconceito geográfico, a um mal que é de todos e todos temos de enfrentar. Mas temos de estar unidos. Temos de assumir que isto é um problema de todos. Não é culpa de uns para outros serem vítimas.

Assim, importa dizer aos amigos e familiares que têm tentado entrar em contacto connosco que estamos bem. De facto, e Graças a Deus, estamos muito bem. Desconfio, até, que estejamos um pouco melhor do que se está na Europa. Desejamos a todos que superem mais esta onda de adversidade onde quer que estejam. Preconceitos à parte. Sobretudo, os geográficos.

jpv


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Citação do Entendimento

“Dá-me entendimento, Para que eu obedeça à tua lei E a guarde de todo o coração.”

Salmos 119:34


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Está nas Livrarias”Quem Lixou Isidro Castigo?”

A festa foi linda.
A apresentação pública do romance “Quem Lixou Isidro Castigo?” foi um momento muito agradável, muito fluido e, embora com muitas figuras cujo estatuto convidava à formalidade, a festa foi muito singela, muito descomplexada e descomplicada, muito tranquila… falou-se de livros, do livro. De como fazê-los, de como nascem e da importância de quem os lê. falou-se de histórias, de como apetece contá-las, de como há personagens de quem custa termos de nos despedir.

O romance está à venda em Maputo na livraria Mabuko e na livraria Escolar Editora.

Estiveram presentes o autor, a apresentadora do romance, Olga Pires, com uma interessante e desarmante análise, o editor, Mbate Pedro, Diretor da editora Cavalo do Mar, Luísa Antunes, Diretora da EPM-CELP, João Pignatelli, pelo Instituto Camões, o administrador do BCI, Luís Aguiar, representando a instituição que patrocinou a edição, e o Senhor Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, que nos honrou com a sua presença. E estiveram colegas, amigos, familiares, pessoas do nosso universo de afetos.

Venceu-se a pandemia e colocou-se na rua um Romance de Rua!

Um momento a pedir sorrisos e repetição, quem sabe, para breve!

Agradecemos a gentil cedência de imagens pelo Instituto Camões que generosamente acolheu no evento.

Repetimos, com emoção, a dedicatória que figura nas primeiras páginas do romance:
“A Moçambique e aos moçambicanos. Às pessoas que passam na rua. Aos churrascos de quintal. Aos almoços que começam às 11h e acabam às 23h. Às doces conjeturas e conspirações que apimentam as nossas vidas. A África”.

OBRIGADO!

João Paulo Videira


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14.11.46 – 23.02.20

Farias hoje 75 anos. E como merecerias fazê-los. Quantas voltas o mundo deu entretanto… Fica uma saudade imensa que teima em não nos deixar. Fica o vazio da tua vida insubstituível. Tens um bisneto lindo. O teu neto do coração casou. Foi tão linda, a festa! Terias adorado. Tudo como tu gostas. A mana e eu estamos bem, Graças a Deus. Ambos em África. Sim, ela veio… está como a não vias há muitos anos. Ias ficar tão feliz. Eu… tu sabes… temos falado tanto! A Cláudia continua a dizer, com uma Fé granítica e desarmante, que nos encontraremos todos em breve. Quem dera ter assim uma esperança tão certa, uma luz tão forte… eu bem procuro… mas é um carreiro difícil de trilhar… sei, contudo, que não morreste. Porque te sinto aqui ao pé de mim. Porque te oiço falar. Porque ainda sinto os teus dedos percorrerem os meus cabelos em desalinho a reordená-los como se só tu me soubesses pentear, mesmo aos 54!!

Parabéns, mãezinha.

Até breve!

João Paulo


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Quem Lixou Isidro Castigo?

Parece que vai ser desta vez que conseguimos fazer a apresentação pública de “Quem Lixou Isidro Castigo?”.

É já na próxima terça feira, 16 de novembro de 2021, pelas 17h, no Camões, em Maputo.

Esperemos que a pandemia permita o evento!


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Rápida Prece

Ver o horizonte
Não é  cruzá-lo.
Olhar o teu ombro
Desnudo e sedoso
Não é tocá-lo.
Olhar a curva
Tentadora e irresistível
Do teu repouso
Não é acariciá-lo.
Sentir o odor perfumado
De teu sexo
Em especiarias aromatizado
Não é beijá-lo.

Tem esse átomo
De tempo
E distância
O peso inteiro
Da errância
De meus incertos
Passos de amante.
Não sei viver
Esse delicioso instante
De aproximação ao amor
Senão com a voracidade
E o fulgor
De quem devora
Uma essência.
Desconheço o dom
Da paciência
Diante desse altar
Que é teu corpo.
Quando assim não sinto
Suspeito sempre
Que estou morto.

jpv


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Círculo Perfeito

Nem Deus
Nem o Diabo
Me chamam.
São os teus braços.

Nem a luz
Nem o breu
Me convocam.
São os teus braços.

Nem a coragem
Nem o medo
Me incitam.
São os teus braços.

Abraços de luz.
Olhos trémulos,
Lábios de amor
E uma palavra que conduz
Ao Mundo e…
De volta aos teus braços.

jpv


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Back to Business

Tenho de interromper a vida
Para amar-te.
Para mergulhar na coragem
De abraçar-te
E ser teu
Por um dia que seja.

jpv