
É um lago imenso
E tranquilo.
Onde vem espelhar-se
A luz limpa
Da meia manhã.
Um relvado amplo
Desce a suave colina,
Rebrilha verdes,
E vem beijar
As águas doces.
Sob a sombra densa
Dos plátanos
À procura do céu,
A velhinha contempla
O bailado da luz
E sente na pele
O canto das aves.
Espera.
E já nada espera.
O caminhante aproxima-se
Em passadas serenas
E firmes.
Cruza o olhar de espanto
Do comandante
Sem se deter
E desce a colina
Para a velhinha
Que o pressente
E não se move.
És tu?
Sou.
Demoraste…
Era longa, a viagem.
Que fazes aqui?
Vim tomar um chá contigo.
A mão da velhinha
Pousa devagar
Na do caminhante.
Antes de se reverem,
Descansam o olhar
No horizonte do paraíso
E sabem que só agora
Começa o fim.
jpv
03/06/2021 às 12:31
Tão bom, acordar com esta oferta de poesia!
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03/06/2021 às 12:32
Muito obrigado!
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