
No limite da palavra
E no limite do gesto.
No limite da carícia
E no limite do funesto.
No limite da tentação
E no limite da conjura.
No limite da revelação
Da atitude mais impura.
A nau naufragou
Porque tinha de naufragar,
Não há não quem navegue
Onde não haja mar.
E ficam nautas suspensos
E outros afundando.
Todos têm destino,
Seja prazeroso
Ou nefando.
Uns se erguem
E cruzam a rebentação
A poder de braços.
Outros olham o horizonte
E veem metros escassos…
No limite da coragem
E no limite da lucidez.
No limite da voragem,
A grandeza ou a pequenez.
jpv
26/07/2020 às 00:57
JP Videira, os seus poemas são pérolas de frescura que descobri para saciar a minha sede, no deserto de perturbação que me assiste, nesta fase da minha vida.
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26/07/2020 às 00:59
Olá, Carla. Muito obrigado pelo reconhecimento. Fico feliz por estar a ajudar.
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25/07/2020 às 23:26
Mais um belo poema!
O naufragio no limite de tudo, o inevitável.
“Não há quem navegue onde não haja mar”.
Adorei esta frase!
De que serve um navio se o mar secar??
Um grande abraço, JP
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26/07/2020 às 00:19
Muito obrigado pelas tuas palavras, minha Amiga! Saudades!
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