Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Limite

4 comentários

No limite da palavra
E no limite do gesto.
No limite da carícia
E no limite do funesto.
No limite da tentação
E no limite da conjura.
No limite da revelação
Da atitude mais impura.
A nau naufragou
Porque tinha de naufragar,
Não há não quem navegue
Onde não haja mar.
E ficam nautas suspensos
E outros afundando.
Todos têm destino,
Seja prazeroso
Ou nefando.
Uns se erguem
E cruzam a rebentação
A poder de braços.
Outros olham o horizonte
E veem metros escassos…
No limite da coragem
E no limite da lucidez.
No limite da voragem,
A grandeza ou a pequenez.

jpv

Desconhecida's avatar

Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

4 thoughts on “Limite

  1. Carla Simões's avatar

    JP Videira, os seus poemas são pérolas de frescura que descobri para saciar a minha sede, no deserto de perturbação que me assiste, nesta fase da minha vida.

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  2. Fernanda Silva's avatar

    Mais um belo poema!
    O naufragio no limite de tudo, o inevitável.
    “Não há quem navegue onde não haja mar”.
    Adorei esta frase!
    De que serve um navio se o mar secar??
    Um grande abraço, JP

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