
Meu amor,
Quando tal não te importunar,
Hás de ter um tempo para me ensinar
As palavras que te excitam e incendeiam.
Hás de dizer-me os verbos
Que inflamam no teu corpo
O desejo de mim.
E hás-de esconder-me os que põem fim
À tua volúpia
E a essa vertigem húmida e desmesurada.
Quando, um dia destes, estiveres bem disposta,
Com o humor e o amor de feição,
Hás de ensinar-me os gestos que fecham a intenção
De ter-te sob o meu suor.
Onde queres que vagueie minha língua
E passeiem minhas mãos.
Onde podem perder-se meus lábios…
E hás de ensinar-me, meu amor,
Os perigos a evitar.
Hás-de dizer-me os rituais,
O olhar inaugural
E as carícias finais.
Tens de ter um tempo
Para ensinar-me o acordar pela manhã
E o deitar abraçadinhos
Quando chega o anoitecer.
Tens de ensinar-me o Amor
Para eu não esquecer
Essas coisas pequenas e aveludadas,
Esses imensos nadas,
Essa lição de amor,
Esse ter-te para te não perder.
Ensina-me, meu amor,
Para eu aprender
O que vive em mim.
E escreve esse sumário de êxtases
Na minha pele.
Vem dizer-me o que queres
Como se fosse um pedido
E ensina-me a dar-to.
Ensina-me como parto
De mim para te encontrar.
Ensina-me, meu amor,
A lição de te amar.
jpv
09/02/2020 às 22:00
Mais uma vez,,,,gostei muito da leitura
Obrigado pela partilha
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09/02/2020 às 22:15
Muito obrigado pelo comentário.
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