Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


2 comentários

Lançamento de “O Livro do Leitor”

Caríssimos Amig@s e Leitores,  no próximo sábado, 5 de janeiro, pelas 15:30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Torres Novas, farei o lançamento do meu terceiro livro, o primeiro em poesia: “O Livro do Leitor – Leve Passada”. 

A vossa presença dar-me-á uma grande alegria e será um condimento essencial para o sucesso do evento. 
Foi um livro pedido por vós e, em parte, construído por vós. Chegou a altura de concretizarmos esse desejo-sonho conjunto. 
A apresentação da obra estará a cargo do meu querido amigo e colega, Armindo Gameiro.
jpv


2 comentários

No Universo de teus Braços

Quero morar em teus braços,
Alimentar-me desses abraços
Que me enleiam
E me prendem.

Quero sentir na minha boca
Esses beijos molhados
Que me matam a sede de ti.

Quero desvendar teus mistérios
E teus segredos.
Quero ver
O que nunca vi.

Quero possuir-te
Sem pudores
Nem medos.

E quero, antes de amanhecer,
Acordar e ver
Que és minha, 
Princesa da sedução,
Indisputada rainha
Da minha existência.

E há nisto menos ciência
Do que paixão… 
No universo imenso
De teus braços.

jpv


Deixe um comentário

Lá Longe

amor

Lá longe.
Lá, onde o olhar não chega,
Do outro lado do Mundo,
Há um peito
Onde habita meu coração
A bater profundo.

Lá longe.
Lá, onde os rios correm ao contrário,
Bate a descompasso
E sem horário
Um relógio de amar.

Lá longe.
Lá, onde estou, mas não chego,
Aguarda-me esse inigualável sossego
De teus braços a abraçar.

Lá longe.
Lá, nessas ruas desertas de mim,
Onde deambulam teus passos, assim
Como quem me inaugura o desejo…
Lá, onde estou e te não vejo,
Mas te amo com devoção.

Lá longe.
Lá, onde me falta o chão
E me sobra o caminho.
Lá, onde piso devagarinho
E me aproximo sem chegar
A esse apetecível altar
De rezas e súplicas imploradas.
Lá, onde está teu ser
E meu ser desejava estar
Ao cair da noite
E nas auroras anunciadas.

Lá longe…

jpv


Deixe um comentário

Viajante Clandestino

viajante

Viajante clandestino
No porão do teu olhar,
Eu sou.
Coração de menino
No peito a exultar,
Eu sou.
Amante dos gestos,
Realizados e a realizar,
Eu sou.

Não há mais palavras
Para dizer-te.
Tu és as palavras todas.
Tu és o texto,
O poema acabado e perfeito,
Tu és a pergunta e a resposta,
O predicado e o sujeito
Do viajante que levas
Escondido…
No porão do teu olhar.

jpv


Deixe um comentário

Ousadias

chocas

Não me sais do peito.
Apetecem-me ousadias
Sem jeito.
E ternuras desmesuradas.
Apetece-me o teu olhar
Encantado
E as tuas mãos
Em meu corpo saciadas.
Apetece-me beijar-te
A pele
E a alma.
Menos que isso
É estar morto.

jpv


Deixe um comentário

Anseio

Continua a fazer sentido…

mailsparaaminhairma's avatarMails para a minha Irmã

iago filhoAnseio

Anseio já esse abraço.
Esse toque puro.
Anseio a tua voz
Para cá do muro.
Essa distância que me mata
É a medida imprecisa
E exata
Deste peso no peito,
Desta mão incerta,
Deste amor que te tenho,
Sem o qual
A minha vida é deserta
De tudo.
Até de mim.

Meu olhar vagueia
À procura de ti
Enquanto percorro
Mundo e meio
E finjo outras razões,
Outros motivos e sensações.
E tudo é simples e cristalino,
Sou só um pai perdido
À procura do seu menino.

Andaste lá longe.
Cá longe andei,
Mas já gira a roda
Das palavras que te direi.
Essas palavras de desassossego…
Palavras de ter-te,
De reter-te…
E o medo
De ver-te partir outra vez.

Errante pelo mundo,
Procuras o sentido profundo de ti,
Esse mesmo que tenho em mim
E posso contar-te baixinho
Para ninguém ouvir.
Ser pai é olhar
Um filho partir.

View original post mais 75 palavras


2 comentários

A Bíblia do Ateu

beijo

Foi bom, esse beijo,
De fugida,
Mais roubado que dado.
Nasceu em meus lábios
E morreu nos teus.
Foi simples e improvisado,
Tentação do Diabo,
Milagre de Deus.
Corpo ausente,
Junto a mim,
Desejo de beijo,
Sem princípio,
Sem fim.
Abraço de Platão
E o teu corpo sobre o meu,
A roupa que abandonaste pelo chão,
Bíblia sagrada deste pobre ateu.
E outro beijo, talvez,
Oferecido com o mesmo vigor.
Ainda bem que não me amas
Porque, se isto é assim sem amor,
Que seria deste pobre coração
Se o calor dos teus lábios
Trouxesse volúpia e paixão?

Não me beijes mais,
Peço-te, por favor,
Que o calor da tua língua
Traz-me o prazer
E mergulha-me na dor.
Ritual sem sacerdote
Nem altar,
Que tem por Salmo
Sinuoso decote
Oferecido ao olhar.

Foi bom, esse beijo.