
Monthly Archives: Janeiro 2016
“A Paixão de Madalena” esteve no Porto
Foi hoje a apresentação de “A Paixão de Madalena” no Porto. Uma tarde soberba. Um ambiente evocativo num espaço esplêndido, a Casa de Allen, e uma atmosfera intimista.
Foi uma tarde de amena cavaqueira acerca de livros, leitura, literatura, escrita, romances, homens, mulheres e… sexo! Nem mais. Um grupo heterogéneo e super-simpático acolheu-me no Porto.
A Tecas Corte-Real (https://www.facebook.com/tecas.cortereal) foi uma Amiga insuperável e organizou o evento que teve direito a Porto de honra e tudo. Um profundo e sentido agradecimento à Tecas e um obrigado imenso a todos os que estiveram presentes.
Até breve!
João Paulo Videira
——————- fotos do evento ——————-
“A Paixão de Madalena” apresenta-se no Porto

O Virtuosismo do Cinema Português

Mesmo quando tenta ser comercial, o cinema português não escapa à alma poetisa do nosso povo. Nem todo o nosso cinema é bom, mas, mesmo quando as produções deixam a desejar, há (quase) sempre um traço lírico, uma moral, uma mensagem, algo para dizer… como se, mesmo sucumbindo à vertigem comercial, o cinema português lutasse sempre por ser arte.
Depende dos produtores, claro. E dos realizadores. E dos elencos. António-Pedro Vasconcelos é um excelente realizador. Um contador de histórias. Um romântico e um indefetível apaixonado pelos finais felizes. Mas fica das suas películas o perfume de uma história contada ao borralho. Fica, sempre, uma incontornável esperança no melhor que a Humanidade consegue ser…
Recentemente vi o filme de 2013 “Os gatos não têm vertigens”. E considero, arriscando aqui a minha morte social, que é melhor do que o Star Wars e o 007 e o Senhor dos Anéis e tanto outro lixo tóxico que consumimos frequentemente…
Aí ficam umas citações a ver se ides vê-lo…
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“Escrever é o melhor remédio contra a solidão e o desespero.”
Joaquim citado por Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.
“O problema de hoje é que há cada vez mais putas e cada vez menos clientes.”
Mãe do Fintas citada por Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.
“-Demoraste tanto tempo.
– Foi só um instante.
– Um instante sem ti é uma eternidade.”
Diálogo de Joaquim e Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.
“A Paixão de Madalena” – Recensão de Marisa Luna

A bloguer Marisa Luna leu “A Paixão de Madalena” e redigiu uma recensão que podemos ler na íntegra no seu blogue. Aqui fica o endereço:
http://simplesmentemarisa.blogspot.pt/2015/12/a-paixao-de-madalena-de-joao-paulo.html
Só um cheirinho:
“Confesso-vos já que há muito que não devorava um livro em tão pouco tempo. As diversas histórias que vão sendo contadas em torno de Madalena constituem um enredo absolutamente cativante, arrebatador e absorvente, de uma grande riqueza cénica e com personagens diversificadas e marcantes.”
De Rerum Natura

O facto é incontornável. Faz hoje 17 anos que o meu pai foi sepultado. De resto, a sequência 2, 3 e 4 de janeiro é muitíssimo significativa na vida do homem que mais admiro. E, por razões que não interessam mesmo nada, desilusões intrínsecas e saudades avulsas, lembrei-me dele e de quais teriam sido, na minha perspetiva, porque na dele não temos como saber, as datas mais significativas da sua vida.
1934 – 3 de janeiro. Nasceu.
1951 – Embarcou para Angola com 17 anos. Foi sozinho. Era já um homem.
1967 – 21 de janeiro. Casou com a minha mãe que era 13 anos mais nova.
1967 – 4 de outubro. Foi pai pela primeira vez.
1972 – 4 de novembro. Foi pai pela segunda vez.
1975 – Regressou, definitivamente, a Portugal. Era um homem revoltado.
1986 – Teve o primeiro enfarte. Este episódio mudou completamente a sua vida.
1990 – 11 de setembro. Foi avô.
1999 – 2 de janeiro. Faleceu.
1999 – 4 de janeiro. Foi a sepultar.
Pelo meio ficam datas como a conclusão dos cursos dos filhos, o casamento de um deles, as suas conquistas pessoais, o falecimento dos pais e mais um número significativo de eventos importantes na sua vida e na sua perspetiva.
E, contudo, ainda que não saiba, foi depois de morrer que a importância da sua vida se revelou mais amiudadamente. Diariamente. Na vida dos que privaram com ele. Não passa um dia que não lhe sinta a falta. A sabedoria, o bom senso, a integridade, a justiça e o tempo exato do julgamento. A tolerância.
Tenho pena que a maioria de vós o não tenha conhecido. Não sou meio homem do que foi o meu pai. Mas penso nele todos os dias e tento fazer como ele faria. Dizer o que diria, calar o que calaria, decidir o que decidiria… não é fácil. Fica-me sempre tudo pela metade da estatura de meu pai.
João Paulo Videira