
Ao de Leve
Quando me tocaste
Assim, ao de leve,
Assim como quem tenteia e atreve,
Suspendeste minh’alma.
E por um fugaz segundo,
E breve,
Julguei ser tudo possível de novo.
Esse gesto inconsequente
Traz-me suspenso
Dos dias.
Traz-me perdido e ausente
De mim.
Mergulhado em sonhos e fantasias
Como quem renasce
E vive outra vez.
Como quem morre e se reúne
Como coisa que se não desune
Nem desliga
Do entusiasmo
E da volúpia.
Arranhaste-me a imaginação,
Deste culpa ao meu perdão,
Açúcar ao meu vinho ébrio,
Fogo à minha lenha…
E assim, como quem desenha
Ilusões e esperança
Tocaste ao de leve
E retomámos a dança
Da sedução.
Dois corpos vencidos,
Um do outro,
Jazem pelo chão…
Dos afetos.
Não foi fulgor,
Pequena chama acesa,
Suave e dócil empresa
A tentar-me os sentidos…
E como vieste,
Te fizeste distância
E frio
De um sorriso
Esvanecido.
De nós,
Só já existo eu
E a ideia de ti.
Tu foste viver
Outras vidas.
Eu…
Morri.
E nada disto é trágico
Nem doloroso.
Foi só uma chama,
Um roçar de pele
Em instante fugaz e breve.
A tua mão em mim
Tocando ao de leve.
jpv
23/06/2015 às 15:35
Pois não te conhecia esta vertente, mas gostei. Isto por cá está triste. Só eu e e os lúcidos sabemos porquê. BJ EVERILDE
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23/06/2015 às 21:59
Olá, amiga. É um prazer reler-te. Ser-se lúcido pode ser doloroso. Beijinhos jpv
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15/06/2015 às 10:01
JP,
Tinha saudades dos teus versos… e estes envolvem-nos como uma chuva de verão.
Obrigada por este momento de magia!
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