Rapidinhas da Copa – Roda Bota Fora
Quando eu era miúdo, organizávamos uns torneios de rua ou no recreio da escola a que chamávamos “roda bota fora”. Basicamente, quatro calhaus a marcar duas balizas que não tinham de ser do mesmo tamanho, se um dos guarda-redes fosse mais pequeno, a baliza dele seria menor, duas equipas a jogar, outras à espera, a que perdesse saía e a que ganhasse continuava em jogo. Aquilo era coisa rápida, muda aos dois, acaba aos quatro, para os outros não terem de esperar muito. Normalmente, quem jogava melhor continuava, quem jogava pior, perdia e saía.
Na Copa 2014 não tem sido assim. Há seleções que se despedem jogando muito e bom futebol, mas a crueldade do jogo dita a tradicional injustiça. Se é verdade que a Holanda e o Chile passeiam um futebol de grande qualidade e com ele parecem garantir lugar na próxima fase, já a Austrália e a Inglaterra, jogando igualmente bem, têm sido traídas pela ingenuidade defensiva e pela falta de sorte. Entre os que se despedem e não deixam saudades, temos a desorganização total dos Camarões e a impotência dos espanhóis.
Depois há os assim-assim. Ainda não vejo na Alemanha um sério candidato e o Brasil, estando melhor, ainda tem alguma falta de objetividade. Os argentinos têm de fazer mais do que jogar com Messi e entre mexicanos e croatas, uma seleção de grande valor ficará para trás. Portugal, correndo tudo normalmente, vai para casa no domingo.
Já começou a dança do roda bota fora com desvantagem para as equipas africanas e asiáticas, algum domínio europeu e sul-americano. Nos próximos dias veremos com que desfecho. E uma esperançazinha nas barbas do Meireles!
jpv
