Há cinco anos, precisamente, neste mesmo dia 12 de maio, depois de abandonar um projeto chamado “Dias do Fim”, debate sobre Educação, com o incentivo e a motivação de diversos amigos donde destaco a perseverança da Teresa Oliveira, criei um muito precário blogue com o intuito de publicar na blogosfera as crónicas Mails para a minha Irmã.
Desde então, mais de duas mil e trezentas publicações, mais de duzentas e trinta mil visualizações, mais de dois mil e duzentos comentários, centenas de poemas, centenas de crónicas, dezenas de contos, três romances completos e um em curso, são o rasto do que tem sido a vida de MPMI. O Blogue do Costume foi crescendo, tem página no Facebook, é divulgado no Twitter, no LinkedIn, no Google+, no Instagram, no Tumblr… Tudo porque há uma força que impele à escrita. Porque há leitores! MPMI é lido um pouco por todo o mundo sendo os países que fornecem mais leitores, Portugal, Brasil, Moçambique, Estados Unidos, Suíça, França, Alemanha, Angola… e tantos outros!
Muito obrigado a todos os leitores pela dedicação e pelo carinho, muito obrigado à Dulce Morais pela preciosa ajuda que permitiu uma transferência muito suave para o servidor WordPress, nossa nova casinha.
Muito Obrigado à Mana do Blogue!
Eu? Eu vivo de palavras escritas. A coisa que mais gosto são histórias por contar, poemas por escrever, crónicas por dizer…
Até breve e até sempre. Sinto em MPMI a força de um projeto com continuidade. Enquanto houver palavras…
Crónicas de Maledicência – Conchita Wurst: A Diferença Incomoda
Conchita Wurst é uma moça austríaca que ganhou, este fim-de-semana, o Festival Eurovisão da Canção. E vai daí toda a gente, e quando digo toda a gente, refiro-me ao mundo inteiro, começou a falar dela.
Até aqui, aparentemente, tudo bem. Só aparentemente. É que ninguém, desse toda a gente, resolveu falar da canção, da voz da cantora, do mérito, ou não da vitória. Nada disso. O mundo inteiro concentrou-se na barba de Conchita. E isso deixou-me triste. Triste, porque eu às vezes deixo crescer a barba e ninguém fala dela. Triste, porque expurgamos todo o tipo de diferença sempre com o pressuposto de que “isto não é nada comigo”. Triste pelo exacerbado e desrespeitoso exercício de preconceito. Os seres humanos são corrosivamente preconceituosos e exercem essa mesquinharia sem o mínimo de critério. Basta que seja diferente. E, se for diferente, incomoda. Muitos, não sabem nada da moça. Viram uma foto, leram ou ouviram alguém a dizer mal e vai de fazer eco do preconceito.
Esteticamente, eu não gosto da opção. Acontece que isso não me dá o direito de ser desrespeitoso nem insultuoso. Eu próprio tenho diferenças e quero que as respeitem. Acho, por isso, que um bom caminho para respeitarem as minhas é respeitar as dos outros. Logo, podemos manifestar o nosso gosto por uma opção estética ou dizer que não gostamos. Destruir, por princípio, é preconceito primário.
De resto, quem somos nós, humanos, para criticar a diferença. Uma mulher de barba? Era o que faltava que isso fosse o mais incomum que vimos até hoje. Se vivemos com homens de longa cabeleira loira, se vivemos com negros de cabelo oxigenado, se vivemos com mulheres de cabeça rapada, e outras de cabeça tapada, se vivemos com homens e mulheres tatuados, com brincos, piercings por todo o corpo incluindo onde o prazer acaba e a vida começa, furos nas orelhas, no nariz, as roupas mais extraordinárias que se pode imaginar, unhas pintadas, caras maquilhadas, se convivemos com pessoas que usam brilhantes nos dentes e anéis nos dedos, se convivemos com pessoas que não usam nada disto e optam por uma gravata a sufocar o pescoço e um fato cinzento num dia de Verão, porque raio nos há de incomodar a barba da Conchita? Enquanto humanos, não temos autoridade moral para criticar a diferença pois é, ela mesma, um dos nossos principais traços comportamentais.
Enfim, criticar, criticar, só me apetece criticar o nome, Conchita. Sei lá, Conchita faz-me lembrar espanholas, touradas na Andaluzia, Malaguenhas com vestidos de roda às bolas vermelhas, castanholas e olés. A Conchita merecia um nome mais helénico. Digo eu.
Já quanto à canção, deixem-me dizer-vos que gostei bastante, tem um crescendo melódico muito bonito e a Conchita tem um vozeirão de fazer inveja. Olha, fazer inveja, será que… Enfim, para os Amigos e Leitores de MPMI poderem avaliar convenientemente, aqui ficam a canção e uma entrevista com a mais recente vencedora do Festival Eurovisão da Canção.
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