
[Esta é a primeira publicação deste texto: 14 de Outubro de 2009.]
As crianças passam demasiado tempo na escola
Olá mana,
li uma pequena notcícia que mora em
http://www.ionline.pt/conteudo/26981-as-criancas-passam-demasiado-tempo-na-escola acerca de um estudo que defende a ideia interessante de que as crianças passam demasiado tempo na escola. Como a questão não é simples, coloquei uma sondagem aqui ao lado com uma pergunta directa e duas respostas fechadas só para ver, no universo dos leitores deste cantinho, para que lado pende a balança. Até domingo, pelas 23 horas podemos todos responder.
Ainda assim, eu penso que a questão mais importante não é se elas lá passam muito ou pouco tempo mas se estamos a fazer tudo o que é possível para que esse seja um tempo de qualidade. O estudo é interessante e surge a sua divulgação num momento crucial uma vez que se discute se a escola deve estar, ou não, aberta a tempo inteiro.
Como sabes, sou um saudosista e acredito que os nossos miúdos são demasiado vigiados, têm demasiadas resopnsabilidades, vivem demasiados problemas, são forçados a um perfil adulto desde muito cedo. Têm telemóveis precocemente, motos e carros precocemente e precocemente partilham das ventura e desventuras financeiras das famílias com que vivem. Hoje, deixa-se de ser criança muito cedo. Tinha-se a ideia de que isso acontecia no tempo de Salazar mas sendo verdade que havia uma inequívoca exploração do trabalho infantil, não é menos verdade que se brincava e corria e saltava e andava pelos campos e não se era interrompido pelo timbre metálico do telemóvel.
Crescemos muito de lá para cá. E, efectivamente, tratamos melhor as nossas crianças e protegemo-las mais. Eu só pergunto se as não estamos a tratar bem demais, a proteger demasiado? Desnecessariamente. E pergunto se a escola deve ser um repositório de crianças durante o horário de trabalho dos pais, ou se deve constituir um local onde vamos com gosto e alegria aprender as maravilhas do mundo… Ora, acontece que, dificilmente, alguém faz com gosto e alegria algo que é forçado a fazer das 8h às 17h, dia atrás de dia.
Ficam as achas. Espero que os leitores de “Mails para a minha Irmã” alimentem a fogueira! Espero que votem e comentem aqui neste post. E espero que estejam em desacordo!!! A ver se aprendemos com todos, bem entendido.
Beijo,
mano.
Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me!
Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras...
jpvideira
https://mailsparaaminhairma.wordpress.com
14/10/2009 às 21:28
Existem em mim tantos paradoxos!….Tu sabes que nem todas as opções que se tomam na vida, nem todas as decisões que tomamos como certas e as ecolhas que fazemos a pensar no bem dos outros, estão em consonância com a nossa vontade e com o que realmente o nosso coração deseja…..São os paradoxos da vida!Fica bem!
Teresa
GostarGostar
14/10/2009 às 19:04
Chego à conclusão de que existe em ti um paradoxo, de que és maravilhosamnete interessante e hábil com as palavras, de que és uma ternura mas de que, nesta matéria, nunca estaremos de acordo. Contudo, como dizia o outro, mesmo não concordando com o que pensas, estou disposto a morrer pela liberdade de poderes dizê-lo. Em relação ao assunto e sendo breve: então se reconheces tal qualidade de vida porque te conformas com os novos paradigmas? Porque nãolutas por outros? Sei lá, escreve uma carta, faz uma petição, declara-te ao Sócrates, parte um vidro, iça uma bandeira… Gosto muito de ti, como sabes, e gosto muito do muito que gostas dos teus filhos… e mais quase nunca nos vemos… se vissemos conversaríamos mais. Ainda assim, a net tem destas coisas, cria esta possibilidade comunicacional… beijinho. João Paulo Videira.
GostarGostar
14/10/2009 às 18:54
Acho que já falamos sobre este assunto e recordo-me de até de me ter exaltado um bocadinho ao telefone quando te disse que gostei das medidas do Governo relativamente às actividades que a minha filha passou a ter na escola após as 15.30h. Sim, a minha filha, e mais meia centena de crianças, é das que fica todos os dias até às 18.30 horas na escola. E FICA BEM! A pergunta que fazes é muito redutora: se eu acho que ele passa muito tempo na escola? Sim, passa! Gostava que ela tivesse menos tempo na escola e mais tempo em casa com a família? Sim, gostava! Gostava que ela tivesse a mesma oportunidade que eu tive da empregada (da minha Mãe, claro!) ir buscar a menina à escola, chegar a casa e ter os irmãos, a avó, as tias, a costureira, as amigas à minha espera e com o lanchinho pronto? Sim, gostava! Se gostava…! Mas os tempos mudaram, João Paulo! Essa qualidade de vida para a maioria da população portuguesa já não existe! As exigências que a vida nos faz não se coadunam com esse estilo de vida que eu gostaria muito de proporcionar aos meus filhos! Por isso, resta-me aqui deixar registado que a minha filha Mafalda passa muito tempo na escola, é um facto, mas passa-o FELIZ! Está com os amigos, está a dançar, está a nadar, está a estudar, está a fazer ginástica, está a rir-se, está a aprender a saber ser, a saber estar e a saber fazer! E isto tudo numa ESCOLA PÚBLICA! Não é fantástico?
Beijinhos
Teresa
PS: A minha cruz vai para o SIM. E agora? A que conclusão chegas?
GostarGostar