
Quando o barqueiro treme,
De medo ou sugestão,
A água acaricia o leme
Preso em sua mão.
Inunda-lhe o peito
Uma tortura e um temor
Que o trazem sojugado
A ventanias de Amor.
Enfrenta sozinho
As ondas medonhas
E a tremenda procela.
Segura o leme com força
E acaricia as falhas na vela.
O pano enche-se da brisa
Que passa e desliza
Na fronte do homem só.
Ainda agora era carne carne viva
E resta um pouco de pó.
O barqueiro e o leme e a vela
Ensaiam uma estranha dança,
Embalados na música da morte
Traçam passos de esperança.
jpv