Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Saudades

saudades

Tenho saudades
Dos beijos que não me deste.
Tenho saudades
Das carícias que não me fizeste.
E tenho saudades, enfim,
Da tua pele suave sobre mim
Prometendo que não voltava.
E quando voltaste,
Trazendo suplícios de ternura,
Insanidade dos sentidos,
Desvario de mente quase pura
E quase perdida,
Trouxeste ainda mais vida,
Mais transgressão
E absoluta liberdade.
E deixaste no meu corpo
A semente dessa saudade.

jpv


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Sementeira

sementeira

No início, era um quase sorriso,
Um esgar.
Um olhar tímido e indeciso,
Um choro contido,
A preocupar.

Depois desse tempo inicial,
Em que não me vias
Ainda,
Chegou a coisa mais linda.
Uma esperança.
Um gesto de confiança,
As tuas mãos mais perto,
Um sorriso aberto.

Foi tempo de me falares
Com emoção,
De me olhares como quem pede,
De me estenderes palavras
À passagem,
De fazermos a viagem
Dos riscos
E do prazer.

E chegou, por fim, o infinito.
O lânguido e ocioso grito
Durante e depois do sexo.
Veio o tempo do côncavo
E do convexo.
Veio o tempo de me incendiares
A carne
Com a saliva do teu desejo,
Uma gula voraz,
Em sentido e profundo beijo.
E tuas mãos tomaram conta de mim,
Novos gritos e urros
E carícias sem fim…

E houve a descoberta!
Não está mais deserta
A planície do teu corpo.
Está semeada de mim!

jpv
Imagem daqui.