
Do chão folhado
E inerte,
A flor sobe ao céu
E adverte
O espírito do falecido.
Da água estagnada
E apodrecida,
Um movimento,
Uma suspeita de vida.
E do breu silencioso
Se ergue
O astro luminoso
Do olhar.
Da palavra por dizer,
A palavra dita.
E da paisagem monótona,
A tela mais bonita.
Levantou-se e andou,
Caminhou por entre as gentes
E amou.
Fez-se homem,
Foi viver
E morrer de novo
Nos braços de uma mulher,
Na fé do Povo.
Na herança
Da coisa herdada,
Há muito de tudo
E muito pouco
De quase nada.
Mas o homem ergueu-se
E andou.
E da história anónima
E misteriosa
Pouco se sabe
Para além do que amou!
jpv