Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


12 comentários

Inigualável Moçambique

Já visitei muitas paragens e é um facto que o Mundo tem belezas extraordinárias um pouco por todo o lado. Acontece que me sinto um privilegiado por viver entre dois dos mais belos países do nosso planeta: Portugal e Moçambique. Não resisto a partilhar algumas imagens recentes captadas em Moçambique. Inigualável.

[O tamanho e a resolução das imagens foram propositadamente reduzidos para efeitos de publicação.]

Clique nas imagens para ver individualmente.


5 comentários

Ressurreição

Do chão folhado
E inerte,
A flor sobe ao céu
E adverte
O espírito do falecido.
Da água estagnada
E apodrecida,
Um movimento,
Uma suspeita de vida.
E do breu silencioso
Se ergue
O astro luminoso
Do olhar.
Da palavra por dizer,
A palavra dita.
E da paisagem monótona,
A tela mais bonita.

Levantou-se e andou,
Caminhou por entre as gentes
E amou.
Fez-se homem,
Foi viver
E morrer de novo
Nos braços de uma mulher,
Na fé do Povo.
Na herança
Da coisa herdada,
Há muito de tudo
E muito pouco
De quase nada.
Mas o homem ergueu-se
E andou.
E da história anónima
E misteriosa
Pouco se sabe
Para além do que amou!

jpv


Deixe um comentário

Paisagem em Vão

20170708_134951

Daqui,
Vejo o Mundo
Em todo o seu esplendor.
O mar imenso
Rebrilhando o sol,
Uma embarcação
Traçando destinos,
O céu beijando o oceano
E a urbe
Em tamanho pequenino.
As aves
Cruzam o meu olhar,
Suspensas
E velozes.
Ao longe,
Soam doces vozes
Entoando uma canção
Dolente.
Aqui, está Deus.
Ausente.
Presente.
E está aqui o Homem.
E tudo o que é humano
Aqui se sente
E aqui se suspende.
É um lugar de paz
E de gente.

E surgem, invasivas,
As palavras,
E teimosas.
Crescem versos,
Nascem prosas,
E tudo faz sentido.
Rasgam o pensamento
E a imagem,
Desenham a moldura
E a ideia.
Sem palavras…
Só noite escura,
Um barco perdido
Na imensidão,
Uma paisagem em vão.

jpv


Deixe um comentário

Índica Paisagem

chongoene-mpmi

Um espetáculo de luz,
Uma emoção que conduz.
Uma ave que corta o ar.
E o mar!

Uma brisa suave,
Uma suave aragem.
Uma casinha na encosta
A desenhar a paisagem.

O poderoso Índico ao pés,
Uma baleia imensa a emergir,
E no centro do que és,
Um frémito mudo de sentir.

Uma glória e uma esperança.
Um olhar que não cansa.
Toma-te a paz dos tempos
De frente para o mar
Que ruge e dança.

És maior que o Mundo
À proa dos sentimentos.
Enfrentas chuvas e ventos
E sentes a alma saciada.

Aqui,
Comandas o mar e a vida
Debruçado n’amurada.

Ó Tempo infinito!
Ó Senhor do Universo!
Tirai-me do peito este grito
Que não cabe em tão singelo verso.

jpv