Às seis e meia da manhã estávamos no Continental a tomar o pequeno-almoço. Para mim, café duplo e pastel de nata. Quentinho! Uma só mochila, uma toalha, protetor solar, água e umas sandes que foram e vieram. A máquina fotográfica, pois claro. É conhecido em Maputo pelo barco da Vodacom porque a transportadora é patrocinada pela telefónica. É um catamarã simples que percorre os cerca de 40km entre Maputo e a Ilha de Inhaca em uma hora e quarenta minutos. A brisa marinha e o odor do oceano semeiam aventuras na imaginação e a verdade é que, à medida que nos afastamos da capital e nos aproximamos da ilha, o oceano vai-se limpando e o seu azul vai-se tornando cada vez mais forte e límpido. Chega a uma altura em que o azul do mar é tão forte e desenha um linha de horizonte tão definida que quase parece irreal.
A chegada à ilha fez-se com maré baixa. Vai de mudar de barco para barquinho e depois fazer os últimos cem metros com água pelo joelho e a receção não poderia ter sido mais espetacular. Centenas de Estrelas-do-Mar dos mais variados tamanhos e cores receberam-nos em admiração pela fartura e pelo espetáculo proporcionado. Foi possível pegar-lhes e sentir que estavam vivas pelo movimento dos filamentos na parte inferior. Os curadores da ilha surgem a avisar para as devolvermos ao mar.
Escolhemos um passeio numa carrinha pick-up 4×4 até ao farol. A estrada está ladeada de palmeiras e cruza diversos povoados. O farol está construído em alvenaria por fora, mas por dentro é um gigantesco cilindro metálico com uma escada em caracol muito estreitinha. Cento e dezasseis degraus contou o Rodrigo e nós acreditamos. Ao subir, há vários troços onde o breu é total e torna-se necessário progredir só com a orientação do tato. Lá em cima, além da imponência e da beleza da paisagem, observámos uma família de baleias em brincadeira dominical. Numa das paisagens há duas linhas no horizonte tão definidas que parecem melhoradas com PhotoShop. Mas não são. Trata-se do verde intenso e cerrado da vegetação a mergulhar no azul profundo do mar e este a demarcar-se do suave céu.
Depois visitámos uma das muitas praias. Fomos ao banho por entre as centenas de anémonas que por ali andavam. Sem problemas. Não havia a perigosa variedade bluebotle cujo contato provoca dores fortes. O Renato distingue-as bem! Uma ondulação suave e uma temperatura cálida das águas convidavam a mergulhos demorados. Tudo isto sempre acompanhado de uma variedade imensa de aves de canto cristalino e generoso. Um sol forte a pedir muito protetor solar e muita aguinha para beber.
Almoçámos no Restaurante Lucas. É gerido pelo próprio senhor Lucas, um natural de Inhaca, muitíssimo simpático. Caranguejo, frango assado, uma deliciosa salada de couve e umas geladinhas para acompanhar. No regresso, dormitámos sonhando com um dia diferente, em boa companhia, a conhecer e a usufruir do melhor de Moçambique. Anémonas bailavam à volta do barco e aves passavam rasando o oceano. Esta terra merece a Paz. Ainda bem que os homens se estão a entender.
Ao final do dia, já em casa, uma conclusão era evidente: um dia não chega para conhecer Inhaca. A ilha é enorme e tem tantas coisas para ver, tantas praias para visitar, coral a descobrir, aves a fotografar… e a Ilha dos Portugueses, mesmo em frente, a pedir um passeio na maré baixa pelos seus extensíssimos bancos de areia. Havemos de voltar.
Por agora, o regozijo de ter descoberto um pouco mais da encantadora nação moçambicana.
Aí ficam algumas fotos deste dia fantástico!
jpv
Fotos de Um Dia em Inhaca

Regresso com Maputo ao fundo.

Sorrisos ao final do dia.

Ilha de Inhaca.

Azul profundo.

Ilha dos Portugueses ao longe.

Ave autóctone em pose altiva.

Sanduiche.

Renato a vigiar anémonas.

Tourist Stile.

Baía no ‘Saco de Inhaca’.

O casal maravilha. Primos fantásticos.

O splash da baleia.

Suave ondulação.

Linhas definidas.

Palmar em Inhaca.

Bancos de areia em Inhaca.

Mar e terra.

O farol de Inhaca.

Comité de boas-vindas.

Palmeiras bordejando a estrada.

Rodrigo a vigiar o pai.

Espetáculo de cor.

Espetáculo de cor.

Tantas!

Só por este sorriso voltava lá todos os dias!

Pesca em Inhaca.

Pescadores vigiados por ave boiando.

Inhaca à chegada.
Nota: nenhuma foto sofreu qualquer tratamento, contudo, a sua definição foi reduzida para facilitar a publicação. Clicando nas fotos poderá vê-las um pouco maiores.