
Mesmo quando tenta ser comercial, o cinema português não escapa à alma poetisa do nosso povo. Nem todo o nosso cinema é bom, mas, mesmo quando as produções deixam a desejar, há (quase) sempre um traço lírico, uma moral, uma mensagem, algo para dizer… como se, mesmo sucumbindo à vertigem comercial, o cinema português lutasse sempre por ser arte.
Depende dos produtores, claro. E dos realizadores. E dos elencos. António-Pedro Vasconcelos é um excelente realizador. Um contador de histórias. Um romântico e um indefetível apaixonado pelos finais felizes. Mas fica das suas películas o perfume de uma história contada ao borralho. Fica, sempre, uma incontornável esperança no melhor que a Humanidade consegue ser…
Recentemente vi o filme de 2013 “Os gatos não têm vertigens”. E considero, arriscando aqui a minha morte social, que é melhor do que o Star Wars e o 007 e o Senhor dos Anéis e tanto outro lixo tóxico que consumimos frequentemente…
Aí ficam umas citações a ver se ides vê-lo…
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“Escrever é o melhor remédio contra a solidão e o desespero.”
Joaquim citado por Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.
“O problema de hoje é que há cada vez mais putas e cada vez menos clientes.”
Mãe do Fintas citada por Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.
“-Demoraste tanto tempo.
– Foi só um instante.
– Um instante sem ti é uma eternidade.”
Diálogo de Joaquim e Rosa em “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos.