
Duas cadeiras sós
Como se estivessem ali
Todo o tempo
A olhar o espaço
E, talvez, os anos.
Que histórias quentes
De amor têm para contar.
E um guarda-rios
Tão esguio
E tão doce,
Nem parece
O letal bico que tem
Para pescar.
Porque será
Que às coisas
Doces e meigas
Deus dá sempre
Um instrumento
Para matar?
O guarda-rios,
Um par de cadeiras
Abandonadas.
jpv