Um Átomo de Esperança
Tudo é desencanto.
Tudo morre e fenece.
Tudo se perde
Por entre as palavras de uma prece.
Nada do que deixou de ser
Será alguma vez.
Mesmo quando se tira o luto,
Permanece a viuvez.
Tudo se esvai.
Tudo escapa às mãos
Por entre os dedos.
Jazem frios e podres
Os espíritos mais ledos.
As palavras persistem
Resistem ao tempo e à sorte.
Mas, como tudo o resto,
Adormecem nos braços da morte.
Resta uma ténue luz.
Um átomo de esperança
Na curva de um corpo que seduz,
Numa mão…
Que outra mão alcança.
A luz que resgata a Humanidade
Quando ganha força e folgor
Liberta para a eternidade
Quem persegue um grande amor!
jpv



