
Ontem, estavas vivo.
Ontem, comerias qualquer um.
E ontem, fosse pelo que fosse,
Acolherias em teu manto
Quem quisesse morrer de amores.
Tocavas alto
Como se fosse uma
Área de Wagner,
E contudo,
Diríamos que, ontem,
Tudo o que sairia
De ti era Chopin,
Já velho na idade,
Já sem Sand
Na cabeça.
Ainda que me soasses
Uma coisa,
Eras outra.
Um arrepio de morte,
Uma coisa que se sente
Mas não se vê,
Um peito rasgado,
Um não sei quê
Que ainda agora
Se sentiu
E já passou…
jpv