Não sei bem
Que sortilégios te trouxeram,
Nem como chegaste,
Montada em tricórnios multicolor,
Sei, só, que disseste, Cheguei.
E tudo voou contigo
Nessa mudança.
A coragem,
E todas as outras coisas
Que, só por seres tu,
Bailavam contigo,
E encantavam todos à tua volta.
Ora por uma peruca africana,
Ou por um sari asiático,
Ora pela combinação inusitada
De ti.
Sim, é isso, ninguém te fica indiferente.
Nem mesmo os que o parecem,
Esses muito menos.
Coitado do resto do mundo
Que não pode partilhar
A cama contigo.
Não é disso que se trata,
Não são as noites loucas
Que me ofereces,
É a essência,
Essa característica
Tão singular,
Tão difícil,
E que, em ti, vem como
Outra coisa qualquer.
Não é a filha que partilhas
Com o mundo.
És tu,
Magia,
Imprevisível,
Sem sentido, nem nexo,
A fazer sentido
Em cada um de nós.
Tu és aquela
Névoa,
Matinal e fresca,
Com que os meus dias acordam,
Desse entorpecimento
Noturno.
jpv
