






















































Para além de uma das mais famosas e conhecidas ilhas gregas, Hydra tem um não sei quê que se sente no ar. É daqueles sítios que uma vez lá diríamos que ali vivemos aventuras inigualáveis para acabarmos sob uma cama quentinha e confortável. Cada chegada é como se fosse um regresso.
Os dias sem sol, que são poucos, é como se tivessem algo encantador. E o cheiro do mar está em todo o lado, até no peixe que comemos. E há pessoas a nadar despudoradamente nuas como se a Natureza fosse assim. E as casas têm um traço de história e conforto. E os restaurantes não têm aqueles preços proibitivos como se fosse a última vez que nos lá querem. Cada cobrança é um convite para uma próxima. E há uma peça que marca a escultura, como aquele sol sobre o oceano. E há as pessoas todas sob uma árvore centenária que nos cobre a todos. E há joalharia bizantina e grega, com suas figuras heróicas. E há um gato na rua a quem um miúdo puxa pela cauda. E há outro gato que pretende por causa porque dizemos que não gostamos de gato, só porque nos deram aquele abraço. E há as águas cristalinas, mesmo no porto, e as praias que fazem qualquer postal. E há um vinho branco e seco que deixa um aroma cheio. E há essas intermináveis filas de burros à espera. E claro, no meio disto tudo, não há carros. E os pequenos almoços… Não são continentais porque não há lá esse nome. São gregos. Começam com uma sopa e depois… faltam-me as palavras… têm tomate, azeitonas, sumo de frutas, tartes caseiras das salgadas e das doces… E há sempre o som de um barco-táxi que nos leva para muito longe ali mesmo ao lado. E há as conversas que deliciosamente não se entendem. Hydra não é um local, é uma coisa que se sente!
jpv