Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Lançamento de Inquietações

É já no próximo sábado… Um bocadinho mais cedo do que esperávamos…


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Hydra, uma coisa que se sente.

Para além de uma das mais famosas e conhecidas ilhas gregas, Hydra tem um não sei quê que se sente no ar. É daqueles sítios que uma vez lá diríamos que ali vivemos aventuras inigualáveis para acabarmos sob uma cama quentinha e confortável. Cada chegada é como se fosse um regresso.

Os dias sem sol, que são poucos, é como se tivessem algo encantador. E o cheiro do mar está em todo o lado, até no peixe que comemos. E há pessoas a nadar despudoradamente nuas como se a Natureza fosse assim. E as casas têm um traço de história e conforto. E os restaurantes não têm aqueles preços proibitivos como se fosse a última vez que nos lá querem. Cada cobrança é um convite para uma próxima. E há uma peça que marca a escultura, como aquele sol sobre o oceano. E há as pessoas todas sob uma árvore centenária que nos cobre a todos. E há joalharia bizantina e grega, com suas figuras heróicas. E há um gato na rua a quem um miúdo puxa pela cauda. E há outro gato que pretende por causa porque dizemos que não gostamos de gato, só porque nos deram aquele abraço. E há as águas cristalinas, mesmo no porto, e as praias que fazem qualquer postal. E há um vinho branco e seco que deixa um aroma cheio. E há essas intermináveis filas de burros à espera. E claro, no meio disto tudo, não há carros. E os pequenos almoços… Não são continentais porque não há lá esse nome. São gregos. Começam com uma sopa e depois… faltam-me as palavras… têm tomate, azeitonas, sumo de frutas, tartes caseiras das salgadas e das doces… E há sempre o som de um barco-táxi que nos leva para muito longe ali mesmo ao lado. E há as conversas que deliciosamente não se entendem. Hydra não é um local, é uma coisa que se sente!

jpv


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Portas, burros e gatos.

Hydra é uma porta interessante de todos os mundos para todos os mundos. É uma ilha onde tudo pode ser mais caro ou mais barato dependendo de quem esteja a pedir. Não tem um nível de vida caro, longe disso, e tem sempre a família do Hotel Mistral com uma solução para quase tudo.

É uma ilha no Mediterrâneo, Grega, e com todas as tradições que isso implica. Há milhares de gatos, todos gordos, anafados, podemos dizer, e tem uma classe de burros que servem o passeio, mas também como forma de transporte de pessoas e bens. Ou seja, à exceção das camionetas que transportam o lixo, é visivelmente proibido andar de carro. Pode-se ter muito ou pouco dinheiro mas de carro ninguém anda. Às vezes, nos trajetos mais longos na ilha, usa-se o táxi, que é, como se pode imaginar um taxi-barco.

E falta-me uma referência às portas. São as portas que fecham as casas, embora tal fosse desnecessário, mas não dão para dentro das casas, pelo menos a maioria. Elas dão para um quintal, e aí é que cada um escolhe a zona da casa para onde quer ir. Se alguém parte à porta, é aberta essa primeira porta. Fotografei sessenta e oito portas para poderem fazer uma ideia.

A avião é muito barato, e o preço do ferry boat também. E, parece mentira, mas cresce uma vontade de cá voltar.

A língua… É uma dificuldade, mas hoje em que quem não fala o inglês. Eu aproveitei e desenrasquei o Grego… Efxaristo polly…

jpv


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Fim de Semana a assinalar

O fins de semana são o que são. Dias diferentes que, com o passar dos tempos, ficam tão iguais como os outros todos. Há uma mesmidade que se plasma de fim de semana em fim de semana. Como se todos fossem iguais… Uns, é bom que o sejam, marcam a estabilidade dos dias, que há coisas seguras. Outros, ficarão para sempre guardados na nossa memória, precisamente, porque foram diferentes.

Ora, este fim de semana aconteceram coisas inusitadas. A Belinha viajou sozinha para Coimbra. Foi ter a Ângela, passou o fim de semana e voltou de novo sozinha. Que fizemos nós para que acontecesse este milagre?

Outra coisa, foi a visita inusitada e surpreendente do Santiago. Um ser humano, também meu aluno, com um caráter ímpar, minucioso, a quem seria possível ensinar qualquer coisa. Um amigo e uma presença sempre agradável de ter por perto.

E, se talvez pudesse classificar este fim de semana como normal, não seria justo porque houve coisas que o tornaram especial.

jpv


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Rumores de Tinta V02 – O Fim dos Templários

jpv


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Castelo com Cavaleiro

Não escrevi
Sobre o castelo.
Não é que me faltem os temas.
É porque mos sobram.
Hoje, contudo, pensei nele.
As torres cortadas,
Como num quadro japonês,
A tinta da China.
E as ameias
Delineando o céu,
Que na ocasião
Não era azul,
Era mais um acobreado medieval.
E, naquela hora, se de lá saísse
Um cavaleiro,
Eu sentir-me-ia envergonhado,
Pelas roupas fora de época.
Foi só um Sol escondido
Por trás de um monte de pedras.
E foi algo real,
Algo que queria viver
E não pude.
Estranhas, estas viagens no tempo,
Sem sair daqui.
Estranhos, esses castelos
Que invocam cavaleiros
Que nunca existiram.
Nem eles existiram,
Nem eu.
E contudo,
Hoje, encontrámo-nos.

jpv


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Rumores de Tinta V02 – Autismo e o Livro Infantil