
Já faltaste uma vez
Da morte, secreta e cúmplice,
Não tenho notícia.
Já prometeste outra vez,
Na calçada, molhada e escorregadia,
Já não me pesas,
Já não te quero,
Já não me arrastas,
Como um doido,
Lunático entre os homens da rua.
Sobrevivi ao canto das sereias,
Belo e promissor,
Atraente para a morte minha
E tua…
O que eu queria,
O que matava.
Era a poesia.
Amor…
Paixão instável e submissa…
A poesia…
As palavras a fazerem sentido,
O sentido próprio delas,
Sem empréstimos,
Sem outros
Que não os mesmos
Essa luz,
Esse ouro.
jpv



