Estão sem ti…
São sem ti…
Esta esperança de viver contigo.
De que tudo seria fácil.
Um dia, e pronto,
Lá nos juntávamos,
Aos abraços,
E havia uma lágrima impertinente.
E a felicidade de amar-te de novo,
Como se fosse sempre a primeira vez.
Nunca deixarei de amar-te
Cada vez que toco o teu nome
A minha pele esvai-se
Em lágrimas de desespero,
De ausência,
Da tua ausência.
No tempo em que gritava
Brother from another Mother
Não sabia o que isso queria dizer.
Vim aprendê-lo à força.
Se é que pode haver
Força nestas coisas de amar.
Ficaste num terreno,
Num chão fértil,
E eu vim para outro.
As pátrias não nos definem,
São só as circunstâncias
De um tão grande amor,
As coisas que o rodeiam…
Esse amor…
Quando vim a conhecer Moçambique,
Já te conhecia a ti.
Foi rápida, essa passagem,
De amigo a algo mais.
E algo mais ficaste.
É estranho, como não temeste
O AVC por mim.
Não digo que não te tenhas preocupado,
Não é isso,
É um saber o destino
Como uma prestidigitação.
Sabes… não tenho saudades
Nenhumas da escola.
É um local de trabalho
Como há tantos…
Sinto saudades de ti…
Desses tempos
Que vivíamos tudo
Como se fosse para ontem.
Lembras-te como fazíamos
Passeios pelo telhado?
Quantos problemas se resolviam..
Sem sequer irmos
Dentro da escola.
E um almoço na Costa do Sol…
No fundo, já sabíamos o futuro…
Quem ficava, quem saía,
As vidas, tuas e minha,
Na palma da mão.
Já sabíamos
Onde chegaríamos…
Tu aí,
Eu aqui,
E toda a Humanidade,
A juntarmo-nos…
A separar-nos…
Esqueci tudo isso…
Tu é que não!
jpv