Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Como Cão Tinhoso

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Refém de teus abraços,
Prisioneiro voluntário
Em teus braços,
Homem só e desolado
No mar de sargaços
Que era a vida sem ti.
Corri.
Fugi de mim
Como de uma pestilência,
E só na minha própria ausência
Me reencontrei
E defini a pureza
Da essência
De um eu vago
E imprecisamente desenhado
Como num sonho
Interrompido e inacabado.
E, contudo, sonhei.
Há homens
Que não dormem
Para não sonhar
Com medo dos sonhos.
Há homens
Que não ousam o amor.
Tal o pânico
E o pavor
De o viver.
Chão inóspito,
De fertilidade suspeita,
O amor oferece e dá,
Mas também aceita.
Carícia estendida
Ao cão tinhoso
Que corre e foge
Porque não sabe
Que existe outra coisa
Para lá da pedra arremessada.
A ausência
Da violenta contundência
Do calhau
É desconhecido, vazio e nada.

jpv

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Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

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