Tenho hoje por vizinhos Os telhados altos Do casario antigo Dessas ruas escusas Onde não chegam os carros. Ruas do tempo Em que os não havia. Cheira a café Pela manhã E a um delicioso E persistente refogado À hora do almoço. E circula um sussurro De vozes afagadas E músicas longínquas, Lá, onde as gentes se encontram. O castelo, já sem nobres, Mas com a nobreza Da idade antiga, Ameaça histórias E acorda-me memórias Do que não vivi. O fresco da noite E as palavras Prendem-me aqui, Como se sempre, aqui, Tivesse estado. O corpo abandonado Ao prazer de sentir O tempo preso entre os dedos Da contemplação. Nem me apetece dormir. Dormir é uma doença Que nos impede de viver. Quero só sentir. Sentir tudo. Até esta mentira Que é sentir Que não vou morrer. Vai estar aqui, Para toda a eternidade, Este lugar De olhar a paisagem E sentir o universo Suspenso no tempo. Sem passado Nem presente Nem futuro… Só esta existência Absorta de toda a vida E isenta de qualquer morte. Estranha ilusão, Benigna sorte.
Meu irmão. Meu querido irmão. O que já me fizeste chorar de comoção e alegria e saudade e tristeza. Tu, sim, és puro e Humano como há poucos… tu és moçambicano e do mundo todo. Tu és um amigo como há tão poucos e Moçambique me deu tantos! Desculpa-me a indiscrição, mas tenho de tornar públicas as tuas palavras! Khanimambo!
“Meu querido Amigo.
De quem tenho tanta admiração e respeito. De quem tanto aprendi A olhar e a ver o lado bom das pessoas e da vida. Se antes fui cético quanto a um mundo melhor com as pessoas ou com a Humanidade, hoje sou um crente devoto a esta realidade. Se antes achei que só conheceria o paraíso depois de passar deste mundo para o desconhecido Creio agora que enquanto existir pessoas como o Senhor e a sua família, este mundo pode se tornar um paraíso
Lembro-me de o ter escutado em uma entrevista dizendo “ A escola deve ser humanizada” e logo o ensino deve ser humanizado, mas no Senhor há esta Humanidade em tudo.
Fora a escola e os teus alunos, formas cá fora outros alunos e não aqueles que precisam da didática, mas os que olham no Senhor e sente-se acomodados no teu ser.
Não sou muito de despedidas porque não tenho o hábito de deixar as pessoas chegarem-se a mim por uma razão muito simples que é está: As pessoas saiem de nós do mesmo jeito que as deixamos se acomodarem dentro de nós. E fica cá dentro este vazio perturbador.
Meu amigo não quero crer que isto seja uma despedida, mas um até breve e desejo que sejas muito feliz em qualquer esquina deste planeta que chamamos de nosso e faça felizes as gentes que lá encontrares assim como fizeste com os moçambicanos ao longo desta década que cá estiveste e que Deus te abençoe abundantemente.
À Sra. Cláudia digo que foi um enorme prazer ter a conhecido e convivido com ela desde o condomínio até hoje. Ela é um amor em pessoa e digo obrigado por esta sensação que a todos transmitiu e deixa e creio que não vamos nos esquecer dela.
À Isabel, ela é muito encantadora, espetacular, muito gira, tão alegre. A alegria dela é tão contagiante que deixa a todos inocentes. Tenho por testemunhas a Dona Tina e o Fernando.
À Sra. Ângela, ela tão calma e serena, muito afável e doce. Eu fico a com a voz dela dizendo “Dá cá um beijinho”.
Muito obrigado a toda tua família.
O mais fantástico é que voltas as terras de Camões, mas com tudo pensado. Não me deixas só, arrumaste um jeito de me deixar com todas as tuas amizades, o Coronel Rui, o Jafete que já me chama por teu assistente pessoal, a Sra. Fátima…
Khanimbo Ni khensile Ni bhonguile Muito obrigado
Um forte abraço 🫂 e façam uma boa viagem na graça de Deus.”
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