
À Mãe que me trouxe
Ao mundo.
Ao amor verdadeiro
E profundo
Que me ensinou
Ao nascer.
À Mãe mulher
Que se fez Mãe
De amor e poder,
Que sabe, a lágrimas
E sorrisos,
Que pode ser Mãe
Quem quiser
Quem souber aprender
O dom de dar,
A dádiva de receber.
A Mãe que se fez Mãe
Pela vontade absoluta
E cega
De aprender a amar
De aprender pela entrega.
De sofrer o arrepio de Mãe na pele.
À Mãe de Isabel.
À Mãe dela.
Vivida aguarela
Do passado
No presente.
Mãe que sabe e sente.
Mãe proteção,
Mesmo ausente.
À Mãe de meus netos
Senhora de passos leves
E olhar intenso.
Mãe de todos os afetos.
A Mãe que nasceu Mãe
E se ensinou a maternidade.
Uma mãe jovem
Com gestos nascidos
Numa longínqua antiguidade.
À Mãe de meu filho.
À Mãe de minha Mãe
E à Mãe de meu pai também.
Mulheres de um tempo
Que já não vem.
Mães de antes de eu saber
Que havia Mães.
A todas as Mães antigas
E recentes.
Origem e amparo
Das gentes.
Amor genuíno e puro.
Mães na Luz,
Mães no luto e no escuro.
Mães de mãos estendidas
E braços abertos,
Mães que ensinam pelos erros
E pelos acertos.
Mães do perdão
E de esperar o refluxo da revolta.
Mães com o coração nas mãos
E o olhar na porta.
Mães com relógio nervoso
Ou sem relógio, sequer.
Mães do homem.
Mães da mulher.
Mães de todos…
Mães da dor.
Mães do sofrimento.
Mães de apagar-se a existência
Quando era seu, o momento.
Mães públicas, a lutar,
Mães do incerto
E também do exato.
Mães do anonimato.
Mães que se importam
E Mães que fingem
Não se importar.
Não há meias Mães.
Há só Mães a dobrar.
A dobrar o choro
E o riso.
A dobrar a dor
E o prazer
Pelos filhos vivido.
Às Mães
E às Mães delas também.
Mães de todos os dias
Porque todos os dias
São dias da Mãe.
jpv