Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Elegia à Esperança

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Esta manhã,
Quando o dia nasceu,
Já o Sol ia alto,
Rebrilhavam os verdes
Da vegetação,
E o céu limpo e tranquilo
Fecundava a mais pura emoção.
As aves dançavam ao som
De seu próprio canto,
E fez-se em mim uma esperança
E um frémito de espanto.
Afinal, havia horizonte.
Ao fundo do adulto
Ainda se vislumbra a criança.

Esperei que parassem as bombas no ar,
Se amassem os homens para lá da cor
E todos os meninos parassem de chorar,
Todo o ódio se vertesse em amor.
Esperei que as bocas esfomeadas se pudessem saciar.
Vi, na luz do meu olhar, o milagre do entendimento.
Vi a Paz concreta e definitiva,
Um só Deus, a mesma religião,
Era, então, a palavra mais imperativa,
A do abraço, da tolerância e da união.
Desenhava-se em minha mente maltratada e desfeita
A visão límpida e perfeita
Deste Mundo como o queremos.

O som longínquo do acordar
Veio saudar-me o novo dia.
Percebi, então,
A imagem do sonho
Lá fora, não acontecia.
Singular e breve momento,
Súbita realidade, rápida mudança,
É tudo meia verdade
Só, morre a esperança.

jpv

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Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

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