Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Ode à Criança na Sepultura Anónima

Era só uma criança,
Fria e arrefecida.
Embalada no colo de alguém,
Em tempos,
E agora, sob a terra esquecida.

Sonhou, sorriu e correu
À procura do tesouro
Sob a luz do arco-íris desejada.
Criança, filha de um alguém,
Nos braços de sua mãe embalada.

Hoje, jaz no breu da terra,
Sozinha e abandonada,
Anónimo menino ou menina,
Sopro destas palavras,
Seu corpo apodrece sob a terra fina,
Entregue ao tempo e às larvas.

Campa mal tratada,
Sem flor nem cuidado,
Onde crescem ervas bravas
Por todo o lado.

Tua vida foi humana,
Em nada menos que a minha,
Um dia, como tu,
Estarei em anónima sepultura,
Fria e sozinha.

jpv