
Na areia da praia deserta
Ficou a sombra da pegada.
Onde estava uma porta aberta,
Jaz, inerte, uma porta fechada.
No côncavo da areia pisada
Ficou o bater de meu coração,
E lá vive a memória apagada
Do pé que marcou o chão.
Nas palavras não trocadas
E naquelas que troquei
Deixei abandonadas
As pegadas que desenhei.
Dói mais a dor ausente
Quando o sangue brota e corre.
Se for coração de gente,
A solidão dói mais
Do que quando a gente morre.
jpv
22/07/2021 às 20:01
Tão bonito! Poema e foto.
GostarGostar
22/07/2021 às 20:03
Muito obrigado.
GostarGostar