
Correu um boato torpe e vil.
O lobo tinha saído do covil
E capturado o cordeiro exangue.
Na notícia de primeira página,
Por entre cores de sangue,
Não se mencionara, por pudor,
Que o cordeiro havia saltado do redil.
Com suas maneiras amaneiradas
E o olhar raiado de fervor,
O cordeiro, sob lãs envenenadas,
Cometeu o crime perfeito.
Impune e vaidoso,
Caminha agora pelas ruas.
As culpas não são suas
E o lobo jaz apodrecido e desfeito.
É o que acontece aos lobos
Corajosos que perseguem
Cordeiros inocentes.
Mastiga mais, por vezes,
Quem tem menos dentes.
jpv








