Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Génese

1 Comentário

Não é a palavra sentida.
Não é sentida.
Não é palavra.
É um rumor de existência,
Uma coisa que cresce e lavra
No peito do homem morto.
Não é religião, nem teoria, nem ciência.
Não é progresso,
Nem decadência.
Um pulsar.
Um pressentimento.
Uma coisa fechada.
Outra coisa lá dentro.
E cresce.
Não é o corpo que nasce,
Não é o homem que fenece.
Imagem sem sentido,
Explode e aparece.
Génese da coisa que não finda.
Não se vê.
E porque não se vê,
Sabe-se que é linda.
Precisão do impreciso,
Juiz sem juízo
E louco sem loucura.
Vazio.
Doce deleite
E penosa tortura.
Ideia.
Carreira.
Correria.
Luz na noite.
Sombra do dia.
Planície a percorrer
E precipício.
Coisa do fim.
Impulso do início.

jpv

Desconhecida's avatar

Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

One thought on “Génese

  1. Carla Maria Carvalho Simões Simões's avatar

    Muito bom! Fico à espera do próximo livro de poesia.

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Este é um blogue de fruição do texto. De partilha. De crítica construtiva. Nessa linha tudo será aceite. A má disposição e a predisposição para destruir, por favor, deixe do lado de fora da porta.