
Últimas palavras naquele recurso que usámos tantas vezes para falar um com o outro. Trocámos outras. No próprio dia em que partiste. Nesse dia, horas antes da tragédia, comentaste fotos minhas no Facebook. Com humor. Com carinho. Com amor.
Nunca ninguém me amou como tu, mãezinha. Nunca ninguém me amará como tu, mãezinha.
E é por isso que estou só e desamparado. É por isso que vivo esta imensa e eterna solidão. É por isso que todos os sentimentos me abandonam. É por isso que trago os braços caídos. É por isso, porque me deixaste só, que não vejo como continue esta caminhada. É tanta a dor. E fazes-me tanta falta.
Como tu e como o pai não há mais ninguém. A Humanidade está pútrida e fétida. Não vinga um só valor. A única coisa que medra nesta terra, mãezinha, é a ignorância e a fraqueza de caráter.
Como sinto a falta do teu abraço. Como sinto a falta do calor do teu corpo. Do teu sorriso. Da tua voz. Da tua mão penteando-me o cabelo. E como tudo isso está irremediavelmente perdido. Se pudesse trazer-te de volta, a ti e ao papá, anichava-me entre vós e morria de mansinho no conforto do vosso aconchego.
jpv

