
A luz clara e límpida da manhã
Traz-me o teu olhar claro e límpido.
E há um silêncio que as aves cortam com seu chilreio,
Uma perfeição acabada,
Só melhorada
Com as imperfeições que surgem pelo meio.
Na quietude e na paz da folhagem que sussurra
O sol brilha no céu limpo
E a água azul e cristalina murmura.
Não espero nada.
Nem, tão pouco, um sobressalto.
E, menos ainda, uma recompensa, um elogio.
Aguardo, só,
A sequência dos minutos que morrem a fio
Com a consciência de os ver morrer.
E há neste vazio e neste nada absoluto
A paz da existência
E o espetáculo dos monstros com que luto.
jpv