
Vi, sim,
No escuro, as luzes.
Vi os movimentos
E os reflexos.
E vi os verbos que,
Parecendo complexos,
Eram simples e banais…
E traidores.
Vi as dores fingidas
E as verdadeiras dores
De ódio e inveja.
Vi-te na conjura
E na peleja
De me armares a cilada.
Teu gesto é nada
E tua intenção vazia.
O negrume da tua alma
Não vale a luz de um só dia,
Uma hora, um segundo…
Tu não és do meu mundo
E eu desaprendi
O caminho para o teu.
Foi um ato consciente e propositado.
Não volta ao breu
Quem conheceu o caminho iluminado.
Queres apagar-me.
Queres riscar dos mapas
Os trilhos que minha mão conduz.
Não se apagam, camarada,
Os caminhos desenhados com luz.
Não és nada. Nunca foste nada.
Nunca serás nada.
Não sou nada. Nunca fui nada.
Nunca serei nada.
E a única diferença
Nestes dois termos da Lei,
É que eu…
Eu sei!
jpv