
Quando o barqueiro treme,
De medo ou sugestão,
A água acaricia o leme
Preso em sua mão.
Inunda-lhe o peito
Uma tortura e um temor
Que o trazem sojugado
A ventanias de Amor.
Enfrenta sozinho
As ondas medonhas
E a tremenda procela.
Segura o leme com força
E acaricia as falhas na vela.
O pano enche-se da brisa
Que passa e desliza
Na fronte do homem só.
Ainda agora era carne carne viva
E resta um pouco de pó.
O barqueiro e o leme e a vela
Ensaiam uma estranha dança,
Embalados na música da morte
Traçam passos de esperança.
jpv
09/07/2020 às 14:34
A vela, o barqueiro e o leme…
É dado o leme ao barqueiro para que ele comande o barco, mas não lhe é dito de onde vem a brisa, nem se é forte ou fraca, nem quanto tempo dura.
Na realidade o barqueiro não comanda o barco, apenas navega, navega conforme pode o mar que não domina.
Gostei muito do poema.
Um abraço, JP.
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