
Houve um tenebroso eclipse de amar
E a criança na cama a chorar.
Houve uma morte funesta que aconteceu
E a criança soluçando na noite de breu.
E houve demónios à solta e em conjuração
E a criança deitada na cama sem chão.
E houve um anjo ignaro e bruto
E a criança banhada em lágrimas de luto.
E veio o verbo e a revelação final
E a criança ressente a dor original.
Sem Cristo, nem Deus, nem profecia
A criança venceu a noite e vislumbra o dia.
Nasceu então aquele sol revelador que cega
E no peito da criança a tempestade sossega.
Um abraço, Um sussurro, uma surda e longa promessa de amor
E no peito da criança desfaz-se o eclipse de dor.
jpv